Agenda Baixada Cultural Cidade Santos

62º Festival Santista de Teatro apresenta 12 espetáculos de três estados e do Distrito Federal em plataforma Online, de 1 a 6 de dezembro

Por Lúcio Nunes | Rafaella Martinez

Mais antigo festival de artes cênicas do país em atividade e Patrimônio Imaterial Cultural da Cidade de Santos, #FESTA62 será transmitido pela plataforma ‘Cultura Santos’ no YouTube com extensa programação paralela e formativa

 

O mais antigo festival de artes cênicas em atividade no país e Patrimônio Imaterial Cultural da Cidade de Santos atinge a sua 62ª edição em formato inédito, com a transmissão online de 12 espetáculos vindos de três estados e do Distrito Federal. De 1 a 6 de dezembro, o FESTIVAL SANTISTA DE TEATRO [FESTA 62], ocupará a plataforma ‘Cultura Santos’ no YouTube, também com extensa programação formativa.

O tema dessa edição é ‘Brasil Imaterial – Presente, Passado e Futuro’ e pautou o processo de curadoria coletiva na seleção das seis obras que compõem a Mostra Regional (da Baixada Santista), com vídeos experimentais de pelo menos 5 minutos de duração; já as mostras Estadual e Nacional reúnem outras seis montagens, com proposta livre e minutagem entre 5 e 10 minutos.

O festival contará ainda com ações formativas, também transmitidas online, conduzidas pela diretora e pesquisadora Janaína Leite e pelo dramaturgo Victor Nóvoa.

Diariamente, após cada sessão, também ocorrerão encontros especiais, abordando temas como “Representatividade em Cena,” e “Liberdade de Expressão”, além de “Reflexão sobre o processo de articulação e luta da Lei Aldir Blanc na Baixada Santista”.

Por fim, no dia 12 de dezembro haverá ainda uma roda de conversa para traçar um panorama do #Festa62, com mediação do pesquisador Alexandre Mate; e um ato online em memória de Patrícia Galvão – “Viva Pagu”.  A data marca os 58 anos de seu falecimento.

 

Programação

A programação online começa com a exibição de um Documentário sobre a história do Movimento Teatral da Baixada Santista e o Teatro Rosinha Mastrangelo, dia 1º de dezembro, terça-feira, às 19h, marcando a entrega das obras de restauração do teatro. Na sequência, haverá uma Mesa de Abertura com os organizadores do festival e, às 21h, será apresentado um dos espetáculos selecionados para a Mostra Nacional, “Autobiografia Autorizada”, monólogo escrito e interpretado por Paulo Betti, de São Paulo (SP). O ator fará uma participação ao vivo durante a transmissão.

Também estão nesta mostra as seguintes montagens: “Conversa De Casulo – Solidão”, do Grupo de Teatro de Pernas Pro Ar, de Canoas (RS); “Abrazo”, da companhia Clowns de Shakespeare, de Natal (RN); e “Carascáries”, do grupo brasiliense Teatro Pândego/LPTV.

Já a Mostra Estadual reúne “Verme”, da companhia Los Puercos, de São Paulo; e “Maybe Dessa Vez”, do G.A.L. Grupo de Apoio à Loucura, de São José do Rio Preto (SP). Cena de “Verme”, da companhia Los Puercos, uma das montagens selecionadas para a Mostra Estadual.

Por fim, a Mostra Regional, a partir de um processo de curadoria coletiva entre os próprios grupos, apresentará: “Vídeo Retrato Vila Parisi – Quadro 2 – Construção”, do Coletivo 302, de Cubatão (SP); “19 – Estação Cidade Ferro” , da também cubatense U[Z]INA Coletiva; “E Se Fôssemos Nós”, do grupo Teatro JN, de São Vicente (SP); “Blitz 2.0”, da Trupe Olho da Rua, de Santos (SP); “Eu Sou Negra?”, da também santista Pri Calazans; e “História Pra Boi Dormir”, da companhia Casa 3, de Guarujá (SP).

 

Festival Santista de Teatro

Criado em 1958, o FESTA é o mais antigo festival de artes cênicas em atividade do Brasil, reconhecido pelo Governo Federal com a Ordem do Mérito Cultural. Em 2020, o festival recebeu o título de Patrimônio Imaterial Cultural da Cidade de Santos, concedido pela Câmara Municipal de Santos, CONDEPASA – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Cultural de Santos e Prefeitura Municipal.

O evento, onde despontaram dramaturgos como Plínio Marcos e Carlos Alberto Soffredini, também se posiciona historicamente ao propor o debate e a reflexão sobre as artes e políticas culturais. Pelos seus palcos já passaram atores com Cleyde Yáconis, Ney Latorraca, Sérgio Mamberti, Bete Mendes, Jandira Martini, Nuno Leal Maia, Herson Capri, e Alexandre Borges, entre outros.

O FESTA 62 é uma realização do Movimento Teatral da Baixada Santista, com apoio da Secretaria Municipal de Cultura – Prefeitura de Santos e do Sesc Santos.

 

PROGRAMAÇÃO OFICIAL

TERÇA-FEIRA, 1 DE DEZEMBRO

19H | ABERTURA

[DOC “MOVIMENTO TEATRAL DA BAIXADA SANTISTA” E TEATRO ROSINHA MASTRÂNGELO] AUDIOVISUAL

19H30 | [MESA DE ABERTURA]

21H | [AUTOBIOGRAFIA AUTORIZADA] MOSTRA NACIONAL

Um amálgama do Brasil profundo, inspirada pela inusitada história de superação de Paulo Betti, que percorre o trajeto riquíssimo da roça a cidade, contando um pouco da história da Imigração Italiana no Brasil.

Direção: Paulo Betti e Rafael Ponzi | Elenco: Paulo Betti | Cenário: Mana Bernardes | Figurino: Letícia Ponzi | Cenotécnica: Lala Costa | Projeção:Caio Chacal | Iluminação: Ari Nagô | Sonorização: Michael Alexandria | Produção Executiva e Administração: Denise Prado | Produção Executiva e Vendas: Gerardo Franco. Classificação Indicativa: 12 anos.

 

QUARTA-FEIRA, 2 DE DEZEMBRO

15H | [ATIVIDADE FORMATIVA COM JANAÍNA LEITE] FORMATIVAS

Em 2008, a diretora e pesquisadora brasileira Janaina Leite deu início à pesquisa sobre o uso do documentário e de material biográfico em cena. O laboratório, entre expositivo e prático, retoma os passos dessa trajetória somado a exemplos no cinema, artes visuais, performance e teatro, para distinguir, em um primeiro momento, o que seria o real como “assunto” em cena de um real como “irrupção”, como acontecimento.

19H30 | [EU SOU NEGRA? – PRI CALAZANS] MOSTRA REGIONAL

Eu sou Negra? Gerado por uma melancolia e/ou dores guardadas dentro de cofres imaginários e incertos. O pensar nos ancestrais, nos olhares, nas formas, no silêncio de um corpo que supera o mito da fragilidade, possui uma marca de estereótipo e exclusão. O embranquecimento de uma trajetória em confusão com a própria existência, do que e quem sou eu. Eu sou negra – resgate da própria existência, através do pensamento espirituoso de uma avó, que odiava preto!

Elenco, dramaturgia e atuação: Pri Calazans | Direção: Nelson Baskerville. Classificação Indicativa: Livre.

19H45 | [MAYBE DESSA VEZ – G.A.L. GRUPO DE APOIO À LOUCURA] MOSTRA ESTADUAL

“Vou morrer! Essa doença rara vai me matar, mas hoje eu ainda posso ser eterno”. A partir dessa revelação, ficção e realidade se misturam no discurso manifesto de Murilo Gussi. Elenco: Criação – Murilo Gussi a partir de CABAREXISTÊNCIA | Apoio Técnico – Rudy Baptista | Figurino – Wania Borges | Classificação Indicativa: 14 anos.

20H | [REPRESENTATIVIDADE EM CENA] MESA DE DEBATE

 

QUINTA-FEIRA, 3 DE DEZEMBRO

15H | [ATIVIDADE FORMATIVA COM JANAÍNA LEITE] FORMATIVAS

19H30 | [BLITZ 2.0 – TRUPE OLHO DA RUA] MOSTRA REGIONAL

Perante o caos que a conjuntura apresenta, a proposta é ressignificar os signos da segurança pública, a violência imaterial no presente, passado e futuro desse Brasil Imaterial simbolizado pelo monopólio da violência praticada pelo Estado.

Elenco: Direção – Caio Martinez Pacheco | Assist. de Direção – João Paulo Pires | Atores – Bruna Telly, Caio Martinez Pacheco, Fábio Piovan, João Paulo Pires, João Luiz Pereira, Raquel Rollo, Sander Newton e Wendell Medeiros. Mixagem: Fábio Piovan. Classificação Indicativa: 10 anos.

19H45| [VERME – CIA. LOS PUERCOS] MOSTRA ESTADUAL

Verme traz um experimento de auto ficção documental escrito e encenado por Luiz Campos, que traz relatos reais, como forma de denúncia, da sua experiência de 7 anos no militarismo, presenciando, sofrendo agressões e traumas. Verme é uma ferida em aberto, um desabafo, um grito que precisa ser dito e ecoado.

Direção: Nelson Baskerville | Texto e atuação: Luiz Campos | Assistente de direção: Giovanna Marcomini |Colaboradores: Alexandre Mate e Eluane Fagundes | Produção: Cia. Los Puercos. Duração: 10 minutos. Classificação Indicativa: 10 anos.

20H | [LIBERDADE DE EXPRESSÃO] MESA DE DEBATE

 

SEXTA-FEIRA, 4 DE DEZEMBRO

15H | [ATIVIDADE FORMATIVA COM JANAÍNA LEITE] FORMATIVAS

19H30 | [VÍDEO RETRATO: VILA PARISI / QUADRO 2 – CONSTRUÇÃO / COLETIVO 302] MOSTRA REGIONAL

No vídeo-retrato “Construção”, uma ruptura no tempo nos possibilita ver o trabalho de uma lavadeira e dois trabalhadores da indústria executando suas tarefas diárias em seus contínuos movimentos. A repetição das imagens, a multiplicação dos corpos e a ausência humana nas cenografias compostas nos impulsionam a imaginar a importância das trabalhadoras e trabalhadores da base que aqui estiveram e ainda estão.

Dir. de Arte: Matheus Lípari | Direção de Fotografia: Sander Newton | Operação de Câmera: Sander Newton e Sandy Andrade | Prod. Executiva: Tamirys O’hanna | Performers: Allana Santos, Douglas Lima e Sander Newton | Produção Sonora: Marcozi dos Santos | Músicos: Marcozi dos Santos e Rodrigo Suzuki | Assist. de Produção: Allana Santos e Sandy Andrade | Composição original: Sander Newton | Intérpretes: Douglas Lima e Tamirys Ohanna | Edição de Vídeo: Diego Moura | Áudio: Sander Newton | Indumentos: Matheus Lípari e Tamirys O’hanna | Maquiagem: Tamirys Ohanna | Cabeleireira: Alisse Flora. Classificação Indicativa: Livre.

19H40 | [19 – ESTAÇÃO CIDADE FERRO / U[Z]INA COLETIVA] MOSTRA REGIONAL

Na Estação das Artes (espaço público localizado no município de Cubatão desde o século XIX, recém ocupada pelo movimento cultural da cidade) três corpas desdobram reflexões acerca do tema “Brasil-imaterial: presente, passado e futuro”. A cena parte de uma dramaturgia polifônica dada por elementos documentais, performáticos e narrativos.

Elenco: JùpïRã Transeunte, Lelê Cascardi, May Andrade – Produção e Performance | Juzão 013 – Filmagem e Edição | U[z]ina Coletiva – Dramaturgia. Classificação Indicativa: Livre.

19H50 | [CARASCÁRIES / TEATRO PÂNDEGO/LPTV] MOSTRA NACIONAL Provocada pelas poéticas do confinamento, que trazem à tona a performance de si nas redes sociais, a dificuldade de ser artista no Brasil, os conflitos familiares ocultos e as diversas personas que nos habitam, ‘Carascáries’ é uma cena, um jogo, uma brincadeira auto irônica entremeada pelas fronteiras borradas entre realidade e ficção. A cena acontece no contexto de uma atriz confinada e não patrocinada em tempos pandêmicos que resolve criar uma cena assinando todas as funções do trabalho. O texto, com dramaturgia autoral criada através da livre experimentação e improvisação provocadas na disciplina ministrada pela professora Simone Reis, é uma boca aberta; conflitos familiares, artísticos e sociais se manifestam de forma violenta, melancólica e divertida.

Elenco: Concepção, atuação, texto e encenação: Julia Tempesta.Classificação Indicativa: 14 anos.

20H | [DEBATE:ARTICULAÇÃO DE ESTRATÉGIAS PARA 2021 E REFLEXÃO SOBRE O PROCESSO DE ARTICULAÇÃO E LUTA DA LEI ALDIR BLANC NA BAIXADA SANTISTA] MESA DE DEBATE

 

SÁBADO, 5 DE DEZEMBRO

10h30 | [ATIVIDADE FORMATIVA COM VICTOR NÓVOA] FORMATIVAS

Que memórias de isolamentos e convívios estão presentes em meu corpo? Essa pergunta irá disparar estímulos criativos para que cada artista desenvolva um breve texto teatral a partir de diferentes estruturas textuais (diálogos, narrativas, poemas, etc) para criar novas camadas de sentido à sua escrita. Ao final, cada integrante terá criado algumas cenas dramatúrgicas, buscando um aprofundamento da potencialidade narrativa, a partir da relação convivial de criação.

15H | [ATIVIDADE FORMATIVA COM JANAÍNA LEITE] FORMATIVAS

19H30 | [HISTÓRIA PRA BOI DORMIR / CASA3] MOSTRA REGIONAL

História para boi dormir é uma vídeo-performance realizada a partir das reportagens sobre o “boi afogado”, traçando um paralelo entre o cotidiano dos trabalhadores precarizados e as condições de vida dos bois. A partir de uma catarse, o homem-boi dispara em caminhada pela cidade de Guarujá e distrito de Vicente de Carvalho em direção ao mar. Elenco: Kadu Veríssimo – Direção, filmagem e figurino | Fernando Henrique de Gois – Textos, filmagem e edição | Marcelo Wallez – Atuação e produção. Classificação Indicativa: 18 anos.

19H45 | [E SE FÔSSEMOS NÓS? / TEATRO JN] MOSTRA REGIONAL

Uma trupe adentra ao palco virtual para contar a história de uma sociedade criada no fundo do mar, livremente inspirada na obra “Se os tubarões fossem homens” de Bertold Brecht. A peçametragem se lança a questionar através de metáforas a estrutura de classes que estamos imersos como sociedade, expondo as injustiças de se viver num reino de homens-tubarões e lançando reflexões ao mundo que há de vir.

Idealização, Produção, Cenário e Iluminação: Teatro JN | Roteiro e Elenco: Fabio Martins, Fabrynny Tenorio, Diogo Ribeiro, Lays Cristina, Laysa Vitoria e Enzo Miguel | Direção e Encenação: Igor Ferreira | Direção de Elenco: Chris Obeck | Direção de arte e Figurino: Ozzy | Fotografia: Madu Barbosa, Igor Ferreira e Ozzy | Sonoplastia: Davison Santana e Guilherme Zupo | Edição e Montagem: Diany de Jesus | Educadora Social: Grazi Ramos | Classificação Indicativa: Livre.

19H50 | [CONVERSA DE CASULO – SOLIDÃO / GRUPO DE TEATRO DE PERNAS PRO AR] MOSTRA NACIONAL

Neste primeiro episódio, o ator/construtor tenda dar continuidade ao seu trabalho de criação mesmo em tempos de pandemia, mas as vezes sua cabeça é povoada por dúvidas e incertezas. Exausto da sua solidão e a de todos ele mergulha em uma poética melancolia, devaneios que possibilitam um improvável encontro com seu duplo(boneco), através do desprendimento do real, imagens, sons e divagações eles refletem sobre suas vidas no contexto atual.

Elenco, Direção e audiovisual: Tayhú Wieser | Animação do boneco: Tayhú Wieser e Raquel Durigon |Ator, criador da cenografia e roteiro: Luciano Wieser | Direção de cena, roteiro e figurino, contra regragem e produção: Raquel Durigon | Animações gráfica e legendas: Isadora Rigo | Realização: Grupo de Teatro De Pernas Pro Ar. Classificação Indicativa: Livre.

 

DOMINGO, 6 DE DEZEMBRO

15h | [ATIVIDADE FORMATIVA COM VICTOR NÓVOA] FORMATIVAS

19H30 | [ABRAZO – GRUPO DE TEATRO CLOWNS DE SHAKESPEARE] MOSTRA NACIONAL

Livremente inspirado no “O Livro dos Abraços”, de Eduardo Galeano, e com roteiro dramatúrgico de César Ferrario e elenco, a peça nos convida a uma jornada através do olhar de um menino que vive em um país onde um regime opressivo impede todas as pessoas de se abraçarem ou demonstrarem qualquer afeto uns com os outros. Imagina só um mundo sem abraços?

Direção: Marco França | Elenco: Camille Carvalho, Dudu Galvão, Paula Queiroz |Argumento e roteiro dramatúrgico: César Ferrario. Classificação Indicativa: Livre.

 

SÁBADO, 12 DE DEZEMBRO

17H | [PANORAMA FESTA 62: CONVERSA COM MEDIAÇÃO DE ALEXANDRE MATE] [ATO – VIVA PAGU]

 

62º FESTIVAL SANTISTA DE TEATRO

De 1 a 6 de dezembro de 2020.

Transmissão pelo Youtube: ‘Cultura Santos’

Mais informações: https://www.facebook.com/festivalsantistateatro

Fonte: Movimento Teatral da Baixada Santitsta

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