Colunistas Márcia Simões Lopes

De Pero Vaz de Caminha à “Fakenews” – os escribas de outrora, agora.

Por Márcia Simões Lopes.

 

Eu, que me considero pessoa bem informada, até pouco tempo atrás tinha vaga idéia sobre o significado de “fakeNews”. Ainda é precária a informação que disponho, tal o sigilo que se mantém acerca das velhas e atuais práticas, de espionagem.

Ondas de mentiras, envolvendo interesses das grandes corporações, orquestradas junto aos poderes político e midiático de paises com o propósito comum de sustentar governos favoráveis ao “mercado”, movimentam “fakenews” ao redor do mundo. Modernizada, a velha espionagem também conhecida como “indústria dos robôs” “fakenews” são empresas que se formaram, especializadas em plantar falsas notícias, com o objetivo de fazer prevalecer setores econômicos, atuantes no poder.

Sempre o dinheiro está por detrás! Não é perseguição – fosse assim seria “pós verdade”. O dinheiro – criação desumana do homem – dita regras, leis, valores, em nossa sociedade. Constrói e destrói. Prédios e famílias inteiras.

O termo “convicção” adotado pela Lava Jato, especificamente à ausência de provas nos casos que envolvem o ex presidente Lula, foi denominado, e reconhecido nos meios acadêmicos e jurídicos, como “pós verdade”.

A “pós verdade” existe há muito mais tempo do que pensamos saber. Essa terminologia surgiu nos EUA cerca de uma ou duas décadas atrás. É subproduto da espionagem; não por coincidência, teve origem no país maior produtor de armamento bélico, do planeta. Com a chegada da internet a “pós verdade” ressaltou-se, tornando-se uma linguagem mais frequente e homogênea ; isso ocorreu, meio que simultaneamente ao desprestígio do jornalismo na grande mídia, tratado como propaganda, pelas empresas de comunicação. Salvo raras exceções.

Recursos da comunicação sempre foram manipulados em épocas de conflitos e de guerras. Algumas situações, são mais conhecidas, como é o caso da “contra informação” – prática de espalhar notícias mentirosas, dar alarmes falsos, para confundir o inimigo. Quantos filmes assistimos, baseados em histórias reais, onde combatentes criavam estratégicas para interceptar o telegrama do oponente, a fim de obter informações sigilosas? E, quantas vezes o telegrama foi enviado, plantando informações propositalmente falsas, para capturar o inimigo na emboscada?

A propaganda se soma à “pós verdade” e à “contra informação”. Como meio de “enfeitiçar” o povo em períodos governos autoritários, como foi o caso do governo nazista, na Alemanha.

A “pós verdade” é um conto que brota da imaginação e não das constatações.

Velhos escribas já profanavam a “pós verdade”. Até onde sei Pero Vaz de Caminha quando escreveu sua carta à corte de Portugal usou, num primeiro momento, da verdade. Porém, por conta da intenção do rei, em pouco tempo aquele olhar foi substituído pela narrativa do colonizador. Esse é o primeiro indício do surgimento da “pós verdade” na comunicação. A começar, pela contação das histórias, que descreveram as terras, como descobertas. Omitindo a presença das diversas Nações Indígenas, povos nativos que aqui já habitavam centenas de anos antes da “descoberta” do invasor.

Paralelo ao “fakenews” e a “pós verdade” corre o “Bitcoin”, uma moeda recém surgida, programada para fazer fortunas e depois … morrer! Igual às sementes suicidas – como ficaram conhecidas as sementes transgênicas da antiga Monsanto – atual Bayer. São, geneticamente programadas para após o cultivo, se autodestruírem. Obrigando o agricultor comprar mais sementes para novos plantios.

Como é possível observar, o mundo do colonizador – atual sociedade em que vivemos – é “fake”. É ilusão.

Cinematograficamente dizendo, é: Matrix.

Curioso, essa manobra do homem, na tentativa de reescrever a história conforme os próprios interesses, põe abaixo a obra de Ágatha Christie, famosa escritora que há tempos instiga a imaginação dos leitores envolvidos em desvendar, se o mordomo foi, realmente, o culpado. 😊 Também, a adoção de “fakenews” e da “pós verdade” na literatura – inclusive jurídica – e particularmente nas mídias, contradizem clássicos da espionagem do cinema, como é o caso do conhecido personagem James Bond 007, inspirado na vida dos espiões que se arriscaram em território inimigo, apenas, para obter informações, ou seja: provas. Verdades! 😉

sobre “fakenews” e “pós verdade”,
melhor se informar para não piorar.

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