Colunas do Rock

Disco imperdivel do Rock Progressivo

Por Marcio Abbes:

Quanta genialidade musical ocorreu com a junção do tecladista Keith Emerson, do vocalista e baixista Greg Lake e do percussionista e baterista Carl Palmer. O Emerson, Lake e Palmer sempre será um dos maiores grupos de rock progressivo de todos os tempos. Os três músicos eram extremamente competentes, criativos e virtuosos. Muito longe de tais predicados ou adjetivos serem importantes para ser um super grupo, mas a química musical perfeita se manifestou com a formação do trio. ELP está em qualquer top 10 de bandas de rock progressivo. A banda já começou a sua carreira de forma soberba com o lançamento do seu primeiro e homônimo disco. Já sedimenta toda a sua voracidade da sua maravilhosa música progressiva no seu segundo disco, o excelente “Tarkus”. ELP traz lindas canções, virtuosismo encantador numa tecladeira suntuosa e uma batida perfeita e pontuada num kit enorme de bateria sem qualquer desperdício de qualquer peça. Estou escutando o magnífico disco “Trilogy”, o terceiro lançamento e mais um estupendo trabalho da banda. Difícil escolher o melhor da banda, já que depois ainda seria lançado o poderoso “Brain Salad Surgery”. O disco “Trilogy” coloca a banda em alguns degraus acima em termos de popularidade na Inglaterra. O disco começa com a brilhante execução de “The Endless Enigma (Part One)”, que vem com um som de batida de coração que dispara toda a força dos arranjos maravilhosos de teclados do Emerson e a excepcional e divina voz de Greg e a sua súplica no final: “Please, please, please open your eyes”. Toda formação erudita vem com o brilhante piano de Emerson em “Fugue”, que faz um lindo corte cheio de musicalidade para a entrada de “The Endless Enigma (Part Two), que finaliza só o começo da obra-prima que está por vir. O que vem a seguir é uma das músicas mais bonitas do rock progressivo. A divina e sublime “From The Beginning” é um grande momento do álbum, em que a linda voz de Greg se mistura com um arranjo num ritmo delicioso de violão e apresenta um melódico e belo solo de synth com um timbre divino. Emerson constrói solos geniais. O disco está longe de terminar e de mostrar todo o magnifico lançamento da banda. O disco traz o piano matador de Emerson em “The Sherif” e a tão emblemática “Hoedown” (de “Rodeo”)”, que me leva a lembrança imediata do maravilhoso disco ao vivo, onde o grupo mostra toda a sua energia com ritmo veloz e a tecladeira dando uma voadora. Técnica instrumental a serviço da música de extrema qualidade. Nada mais divino. O disco traz ainda o seu melhor momento na faixa-título, se isso é possível. A música começa num maravilhoso canto lírico, para que entre o piano claro e perfeito de Emerson, que dá início a famosa parede sonora dos teclados. O que vem depois são solos indescritíveis do Emerson. Momento histórico do rock progressivo mundial. O disco vai se despedindo com ar de Zappa em “”Living Sin” e finaliza para se firmar como uma das maiores obras do rock progressivo ao trazer a sua brilhante leitura de Bolero de Ravel em “Abaddon’s Bolero”. Difícil de acreditar que Greg Lake e Keith Emerson não estão mais entre nós. Emerson, Lake and Palmer já está na eternidade. Morro ouvindo a sua música. Lado rico deste mundo. Três gênios da música. Fantásticos!

 

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