A Movida Estudantil Frequência Caiçara

Estudantes ocupam as ruas de Santos, em protesto aos cortes na educação superior

De Ailton Martins

Cerca de 3 mil manifestantes ocuparam as ruas de Santos nesta quarta-feira (15), dia de paralisação nacional, em protestos aos cortes orçamentários no ensino superior, anunciado recentemente pelo Governo Federal por meio do ministro da Educação, Abraham Weintraub.

Foto: Ailton Martins

Estudantes, servidores públicos, professores, sindicatos e grupos políticos partidários à esquerda compuseram o ato que teve início por volta das 19h, no Fórum da Cidadania, na Avenida Ana Costa. Uma bateria organizada por estudantes do Centro dos Estudantes de Santos (CES) puxou a marcha que seguiu até a Praça da Independência, depois retornou para o Fórum onde o ato foi encerrado.

Foto: Ailton Martins

Durante a concentração diversas pessoas de movimentos sociais, de partidos, de células estudantis explanaram sobre a importância da greve nacional, e da unificação das lutas entre trabalhadores e estudantes, único modo concreto capaz de barrar os projetos prejudiciais à população brasileira que vem sendo orquestrado pelo atual governo, principal destaque, além dos cortes na educação, a Reforma da Previdência.

Foto: Ailton Martins

De acordo com o professor Hamilton Moreira, um dos organizadores da manifestação, essa mobilização que ocorre em todo país, é o início do fim do governo de Bolsonaro, um presidente que não respeita estudantes, professores e trabalhadores, que pensa que pode fazer o que quer, sem ser questionado. “hoje, nós estamos aqui com a população, com o povo, na rua, com estudantes, com trabalhador, então, a rua está mostrando quem é o idiota, não tem cabimento essa afirmação dele, ofensiva, o povo não é bobo não, e vai mostrar, está mostrando, diversas manifestações ocorreram no país”

Foto: Ailton Martins

Para o estudante universitário Héric Moura, coletivo EmFrente, “a universidade produz conhecimento, produz tecnologia, produz estratégias para melhorar a vida em sociedade […] portanto, a gente precisa de mais investimento na educação, ela já está muito precarizada, falta recurso pra questões básicas: água, luz, então, não podemos aceitar essa posição do governo”

Foto: Ailton Martins

“a importância dessa greve, é que mostra a insatisfação dos estudantes, dos professores, da classe trabalhadora em relação esse governo, quer dizer, esse desgoverno que vem tomando em relação a educação, como de outros segmentos da sociedade como saúde, segurança… e isso mostra que não estamos contentes com tais medidas. Jonatan Gomes, estudante.

Fotos: Ailton Martins

“hoje, está sendo uma luta muita bonita, você percebe que aqui não tem só grupos políticos, partidos, mas tem muita gente preocupada com a educação, com o futuro do nosso país” Rodrigo, estudante

Foto: Ailton Martins

A resposta das ruas

O presidente Jair Bolsonaro cumpre agenda em Dallas, organizada pelo governo depois de  desistir de ir à cidade de Nova York, onde participaria do prêmio de “personalidade do ano” concedido pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos na noite desta última terça-feira (14), porém a homenagem foi alvo de críticas do prefeito da cidade, Bill de Blasio. Durante a chegada ao hotel, jornalistas lhe perguntaram sobre a greve nacional da educação que ocorre no Brasil. De pronto Bolsonaro respondeu que é natural, no entanto, a maioria dos manifestantes (estudantes, professores, servidores públicos…), “maioria ali, são todos uns idiotas úteis […] massa de obra”. Bolsonaro também disse que gostaria de evitar o que seu ministro da Educação, Abraham Weintraub chama de contingenciamento de recursos da educação. Mas, infelizmente o país está quebrado graças aos treze anos do PT no poder”.  A fala do presidente repurcutiu pelas redes sociais e sites de notícias. Com isso, nas manifestações tanto em Santos quanto em outros estados ( pode ser visto em vídeos nas redes) muitos gritos de protestos como “Bolsonaro fascistinha, os estudantes vão te botar na linha” ecoaram pelas manifestações, dentre outros.

Vídeo:

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