Cidade São Vicente

A imaturidade política do legislativo vicentino. Acabou o amor!

 

O texto é referente a matéria abaixo:

Manifestantes barram sessão da Câmara em protesto contra criação de cargos e supersalários

A imaturidade política do legislativo vicentino na última quinta-feira revelou o quanto a cidade carece de um legislativo realmente atuante e não de um de faz de contas, que faz indicações, lança projetos superficiais, e em suma é um legislativo sem independência, totalmente subordinado ao executivo, ou seja, ao grupo político majoritário. Não é à toa que a maioria dos vereadores novos vivem produzindo vídeos mostrando que estão acompanhando as limpezas de ruas e conversando com a população, e sabem por quê? Porque na realidade é somente o que podem fazer, de modo algum fiscalizar e ir na raiz dos problemas. Com isso estão apenas como peças figurativas sobre um tabuleiro onde quem dá as cartas fica de longe deliberando, a escolha do presidente da Câmara é um exemplo, o sr Wilson Cardoso (PSB) não tem experiência nenhuma na política, tem mostrado-se perdido nas sessões presidindo a mesa, em entrevista para o Jornal A Tribuna referente os cargos criados, sua reposta e fala foram risórias, por exemplo, ao ser questionado da imoralidade do projeto, respondeu que a moral era uma questão de consciência (?), era nítido a saia justa em que encontrava-se. Obviamente que sua indicação para a presidência representa um joguete político, primeiro de certo equilíbrio de forças, segundo para dar uma certa cara nova a Câmara, mas no final dessa história, é bem provável que se torne somente o laranja, ainda mais que ao dizer que está tudo dentro da legalidade e quem estiver contra que prove, foi um deboche, e isso não esqueceremos. Enfim, e o restante dos vereadores, entendem mais de “papai do céu”, “arrebenta” “deus abençoe a todos” (palavras usadas com frequência na sessões) do que de política. Certamente que toda essa imaturidade política não retira a pré-disponibilidade de alguns de jogar o jogo da negociata, outros, ainda nem tanto, mas o tempo os fará lidar e resolver suas contradições, afinal, não é possível servir ao povo e a César por muito tempo.

E tem uma coisa que penso que até mesmo a oposição caso tivesse ganho iria ter que enfrentar: (e nem sei se possuem a total consciência disso) é que o buraco da política vicentina é muito mais embaixo, e dentro desse buraco tem muita sujeira e parasita pendurado que irá brigar até o último osso, por conseguinte, é preciso enfiar a mão em muita merda com risco de infecção, afinal, limpar a casa dos ratos é correr riscos, e não é amor, nem cinismo e nem criatividade que irão mudar a cidade, é luta. Luta para construir uma ética “perdida”, direi, para não ser cruel em dizer que nunca existiu na política vicentina, e após a aprovação dessa lei e da postura da Câmara nessa sessão, somente comprova que estamos distantes dela, logo, de uma cidade construída e pensada para todos. 

Por fim, foi emitido uma nota, hoje, de que não haverá nomeação enquanto não passar a situação de crise financeira, interessante, mas tem é que revogar a lei, afinal, isso pode ser apenas manobra pra desmobilizar.

Foto e artigo de Ailton Martins

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