Da Redação BF:
Um dos editores do Baixada de Fato foi testemunha da tragédia aquática que atingiu Santos e São Vicente principalmente. “Voltando de uma reunião, em São Paulo, pegamos torrencial chuva descendo a Serra do Mar, já a um km antes de chegarmos à entrada de Santos, nos deparamos com aquele trecho em obras com tudo inundado, do lado de quem chegava a Santos, naquele desvio, o caminho era um verdadeiro rio com corredeiras, objetos sendo levados já em certa velocidade, alguns carros já varados pela água, outros em desespero indo pela contra mão da estrada por um trecho. Quando termina a estrada, e quando tudo parece amenizar, na avenida Martins Fontes, a das três pistas de cada lado, entrada urbana da cidade, se estivéssemos um minuto mais adiantados, seríamos pegos pelo súbito desbarrancamento de um pedaço do morro, justo à nossa frente, para se ter ideia, algumas das grandes árvores são atiradas já na ciclovia central, além das três pistas. Outra vez somos obrigados a ir na contra- mão, muito barro e pedra descendo, numa previsibilidade de a coisa ficar muito pior. Tivemos que desviar de inúmeras ruas inundadas, inclusive o túnel próximo da rodoviária, e já na casa de companheiros de viagem e reunião, ao lado do estádio do Santos FC, já não se via rua bem calçada, tive que pernoitar neste local, na rua a água já cobria uma lixeira de um metro. A Defesa Civil da cidade, tão presente em auto- promoções midiáticas, totalmente ausente na hora de estar presente nos pontos mais críticos estabelecendo meia pistas para dar vazão nos dois sentidos. Por exemplo, nos dava dó e profunda preocupação olhar para trás de nós e vermos que os carros logo atrás iam congestionando o caminho na medida que caía mais barro na entrada de Santos, um lugar em obras e já previsível de alta periculosidade e inundação por experiências anteriores. A mídia convencional tão chorona ao lamentar perda de público para as redes sociais, outra vez nada divulgava como boletins de emergência, comuns em mídias de outros países. Somente pelas redes sociais ficamos sabendo de queda de barracos e casas nos morros, com gente já desaparecida, alunos que saiam da faculdade Fundação Getúlio Vargas, na avenida Conselheiro Nébias, já ilhados e com água já na metade disso vidros dos carros, canal 1 e 2 já travados, assaltos oportunistas no canal 1 com a praia e Zona Noroeste de Santos parecendo varrida por tsunami. E notícias já de um bombeiro morto. Parece que hoje será um longo e triste dia…igual que a noite e madrugada que acaba de terminar. P. S.: Como o casal de amigos em cuja casa perniitei são médicos, ele inclusive médico sanitarista, a recomendação que fazem para a toda população que teve algum tipo de contato com a água contaminada por esgotos e urinas de ratos, é a de tomarem preventivamente Vibramicina, para evitar a letal leptospirose”.