O presidente da OAB Santos, Rodrigo Julião, oficiou ontem (7), a Presidência da República, o Ministério Público Federal, o Ministério da Defesa e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais – IBAMA, sobre o transporte e armazenamento do nitrato de amônio.
Produto químico utilizado como fertilizante, herbicida e inseticida, a substância é também a base para a produção de explosivos. “O grau de perigo é tal que o Exército acompanha o transporte e o armazenamento. Infelizmente, os desembarques de navios que transportam esse produto, não vem sendo fiscalizados pelos órgãos públicos competentes e, muito menos, assistidos pelo Corpo de Bombeiros”, alerta Julião.
Mais que Hiroshima
A quantidade de nitrato de amônio que chega ao Porto de Santos fica em torno de 27.000 a 30.000 toneladas por navio. A quantidade que assolou Beirute foi estimada em 3.000 toneladas.
A carga libanesa do nitrato de amônio foi comparada a 20% do poder de destruição da bomba de Hiroshima. “Se recebemos 30.000 toneladas a cada navio, significa que desafiamos a sorte permanecendo sobre duas bombas atômicas”, afirma Rodrigo.
O presidente da OAB Santos solicitou resposta das autoridades em caráter de urgência. “Beirute nos alertou sobre uma realidade muito próxima a cada um de nós. A Baixada Santista precisa de respostas e vamos cobrá-las a quem de direito”.
Foto: Arquivo/Agência Brasil