Na foto, o advogado do sindicato Luiz Gonzaga Faria
Por Paulo Passos.
Não houve acordo no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), na quinta-feira (20), entre a prefeitura de Santos e o sindicato dos servidores estatutários (Sindest), em audiência de instrução e conciliação.
O assunto foi o reajuste salarial e demais reivindicações para a data-base dos 12 mil trabalhadores da ativa e quatro mil aposentados, em fevereiro deste ano, que estão indefinidos.
Em ‘live’ do sindicato, na noite desta sexta-feira (21), seu presidente, Fábio Marcelo Pimentel, reclamou que “sequer uma proposta a prefeitura apresentou, limitando-se a dizer não”.
O advogado do Sindest Luiz Gonzaga Faria explicou que, como não houve acordo, o tribunal marcará julgamento do dissídio coletivo. E o presidente adiantou que, para acelerar o processo, poderá haver greve.
“Agiremos como se esses últimos meses não tivessem existido. Chamaremos oportunamente uma assembleia, com todos os cuidados referentes à pandemia, onde a greve estará na ordem do dia”.
Fábio anunciou que, para mobilizar a categoria, o sindicato terá um carro de som da federação dos servidores municipais (Fupesp), nas próximas semanas, percorrendo os locais de trabalho.
“Vamos para as ruas mostrar tudo que o prefeito (Paulo Alexandre Barbosa, PSDB) está fazendo de errado não apenas com o servidor, mas também com a população”, disse o sindicalista.
Unhas e dentes,
das tripas, coração
Luiz Gonzaga lamentou que a prefeitura “não teve o mínimo de boa vontade nem para pedir um prazo e continuar negociando. Mesmo assim, a audiência foi boa, pois conseguimos esclarecer alguns pontos”.
“Demonstramos que a lei complementar 173-2020, de março, que congela os salários do funcionalismo federal, estadual e municipal até dezembro de 2021, garante o reajuste na nossa data-base deste ano”.
O advogado disse que, “se o tribunal não sabia disso, agora foi sensibilizado pela nossa tese. Defenderei esse ponto de vista com unhas e dentes no julgamento. Farei das tripas, coração”.
Segundo Gonzaga, o vice-presidente do tribunal, Luís Soares de Mello, distribuirá o processo para julgamento dos 25 desembargadores. Ele concorda que uma eventual greve poderá acelerar a tramitação.
Por Paulo Passos