Por Emerson Santos, colaborador BdF:
Baixada Santista poderia estar com 163 médicos do programa mais médicos, para enfrentar a pandemia, mas Bolsonaro acabou com o programa.
Os dados da pandemia tornam-se mais cruéis quando fazemos um recorte das vítimas, são os mais pobres, são negros e negras das periferias das cidades que estão morrendo mais, em média 250 mortes de homens negros para cada 100 mil enquanto os brancos são 157 para cada 100 mil, entre as mulheres negras não é diferente, são 140 para cada 100 mil, enquanto mulheres brancas é de 85 para cada 100 mil, especialistas apontam a desigualdade social e o racismo estrutural como causa, esses estudos foram realizados pela UFMG e o instituto polis.
O programa mais médico preencheu um vácuo histórico no acesso à saúde pública tanto nas periferias como nos locais mais longínquos e de difícil acesso, o desmonte do SUS iniciou-se com a Pec do teto de gastos ainda no governo Temer, com a chegada de bolsoanaro ao planalto seu primeiro ato junto com Mandetta na saúde foi acabar com o programa que dava acesso de médicos ao povo brasileiro.
No caso da baixada os dados mostram como o programa mais médicos está fazendo falta, e também a importância do SUS fortalecido, alguns dados apresento como foram e estão sendo importantes para a saúde pública, tínhamos 163 médicos a maioria cubanos, 199 equipes da saúde da família em 2016, sem dizer o papel das 6 UPAS espalhadas em cinco cidades da baixada e o samu que conta com pelo menos uma ambulância de uti em cada cidade.
Quero destacar aqui minha cidade São Vicente , que foi autorizada a possuir 3 UPAS uma na ilha e duas na área continental, mas a gestão anterior não quiz, hoje seria uma grande retarguarda para o salvamento de vidas , o resultado é dois prontos socorros construídos e parados.
Espero que está tragédia possa despertar a consciência da sociedade da importância do SUS, e de elegermos governos comprometidos com seu fortalecimento e aprimoramento.