Depois da TROPICÁLIA (Rio-Sampa), do SAMBA-REGGAE (Salvador de Bahia) e do MANGUE BEAT (Recife); está aí a nova movida: A PEGADA CAIÇARA!
*TUPINIQUIM * CAIÇARA * LITORÂNEA PAULICÉIA * BAIXADA DE MIASMAS E PANACEIAS …
PEQUENÉRRIMO MANIFESTO CAIÇARA:
§ Segundo berço das Escolas de Samba > o morro, leito dos proletários, de onde eles derramam seus braços de estivador no cais do Porto
§ Praia da ‘Pauliceia Desvairada’ com tantos rocks tupiniquins (Raul, Mutantes, Rita Lee, Made in Brazil, Joelho de Porco, Língua de Trapo, Arrigo Barnabé, Itamar Assumpção, Mamonas Assassinas
§ Serestas à beira-mar (Silvio Caldas), Simone no ‘Pedro da Xiboca’, Casagrande na Caverna… tudo na Praia que é Grande… e emocionante!
§ Rock-Samba com Bill Halley e Lee Jackson – no Clube Caiçara – Titanic e os Icebergs, Totem e Reggae Night
§ Tem sereia Iara no arrastão… Siri na casquinha de sorvete!
§ Tuas estátuas revelam tua alma: Ypiapuru em São Vicente, Netuno e Iemanjá em Praia Grande, Pescadores e Surfista em Santos, e Mulheres de Areia em Itanhaém
§ Porto de Santos… e Putas; Boca do Lixo… e Luxo!
§ Porto de boca aberta para o mundo. Cavendish, Liverpool (detrás do Porto tem uma cidade…). Caetanear: Américas, Tupis e Zumbis!
Obs.: De farofeiros e praias de Santos e Praia Grande, nada menos que três bandas cantavam “loas”: Joelho de Porco, Premeditando o Breque e Mamonas Assassinas. Sem esquecer, claro, das “curvas da Estrada de Santos”, do Rei Roberto Carlos!
PRONTUÁRIO – OU FICHA PREGRESSA – DA MOVIDA CAIÇARA:
PAGÚ – Com seus lânguidos e meigos olhos (foto), a musa do Modernismo e do Movimento Antropofágico veio morar em Santos. Agitou as tardes ensolaradas e noites enluaradas (quando não chovia…) da cena local. Alerta aos marinheiros: Poesia e Feminismo à vista!
TUPY OR NOT TUPY, THAT IS THE QUESTION… – Célebre neologismo do antropofágico número 1, Oswald de Andrade, boa parte da vida casado com Pagú.
PLÍNIO MARCOS, O TEATRO BOCA-SUJA – Não por nada a cena teatral santista é das mais fortes no País. Vários festivais anuais, Troupe Olho da Rua, Bellini, Orgone, Zellus… O santista boca-suja e fã de biritas, Plínio Marcos, é referente nacional. Do maldito “Dois Perdidos Numa Noite Suja” ao misticismo etéreo “Madame Blavatsky”, há uma boa distância. Numa célebre entrevista ao jornal alternativo-socialista VERSUS, no final dos anos 70, Plínio desafogava a história de sua vida em pleno balcão de boteco.
Plínio Marcos
DOS POETAS Martins Fontes e Vicente de Carvalho, ao pintor Benedito Calixto, a vida cultural na região foi profícua. O cartunista e caricaturista Miro – Argemiro Antunes (foto) – amigo boêmio do cinéfilo francês que viveu em Santos, Maurice Legeard, fez desenhos como este, homenageando o CINEMA NOVO e Glauber .
MÚSICA NOVA – O músico vanguardista Gilberto Mendes criou o famoso Festival Bienal de Música Nova, em Santos, onde participavam músicos atonais e dodecafônicos de todo o mundo. Há algum tempo sem ser realizado por falta de apoio, é uma grande perda. Falecido a quase um ano, ainda nos seus 92 anos participava na obra “Cantos da Costa, Ex-Tudos sobre a Mata Atlântica”, com o poeta Fávio Amoreira Viegas e o músico experimentalista Márcio Barreto, do Percutindo Mundos.