Por Mauro Lopes, fundador do Paz e Bem e editor do 247, para os Jornalistas pela Democracia
O jornalista Mauro Lopes escreve: “o Whatsapp e o Telegram, fartamente utilizados pela extrema-direita para solapar as bases da democracia e instalar o neofascismo submetido aos interesses do Império no poder, são também neste momento ‘mídias da verdade'”; primeiro, com a Vaza Jato; e, desde ontem, com a revelação de mensagens da cúpula da Receita, que registram: o clã pressiona para colocar um apaniguado em posto estratégico no porto de Itaguaí -numa região dominada pelas milícias agora sob proteção do Estado assaltado pelo bolsonarismo.
Os aplicativos Whatsapp e Telegram, que foram instrumentalizados pela extrema-direita para espalhar mentiras e o reino do terror no país, são também veículos pelos quais o país está sendo informado da trama sórdida que levou Jair Bolsonaro ao poder e o que está fazendoem seu governo.
A Vaza Jato e, agora, uma mensagem do auditor fiscal José Alex Nóbrega de Oliveira, desnudam quem são Sergio Moro, Deltan Dallagnol e Jair Bolsonaro e a verdadeira face da Lava Jato e do governo neofascista-bolsonarista.
Da Vaza Jato todos sabemos e, neste domingo (18), veio à luz uma informação que deveria derrubar imediatamente Moro, Dallagnol e o chefe do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), Roberto Leonel, que compunham o “trio de ferro” da Lava Jato. Leonel, instado por Dallagnol e Moro, investigava ilegalmente dados fiscais de pessoas vítimas dos algozes da Lava Jato. É crime gravíssimo. Como esta quadrilha está ainda em seus cargos e no serviço público?
Desde este sábado, as entranhas do governo Bolsonaro foram expostas ao Brasil: numa mensagem que carrega a força de sua origem, a cúpula da Receita Federal, sabemos de maneira praticmente oficial que o clã Bolsonaro chegou à Presidência para colocar as milícias sob a proteção do Estado.
O que são as milícias? Grupos paramilitares formados em sua maioria por PMs ou ex-PMs e igualmente por agentes e ex-agentes de outras forças armadas do Estado, formadas com o objetivo de cometer todo tipo de crimes: da extorsão aos assassinatos, do controle do tráfico de drogas à especulação imobiliária ilegal, à instalação de um reino de terror nas favelas e periferias, especialmente no Rio de Janeiro.