Baixada Santista

Conheça a História do Hip Hop no Brasil

Por Igor Reis 

 

O Hip Hop

   A cultura hip hop é artisticamente representada por quatro elementos. São eles: o Grafitti, são as pinturas de rua; o DJ, quem faz os sons, o Mestre de Cerimônias (MC), quem canta, rima e/ou interpreta a música, e o B-Boy, quem faz a dança de rua. Para entender o porquê desses quatro elementos aparecerem temos que entender de onde veio e como que veio essa cultura ao mundo.

   O hip hop é uma cultura nascida nos EUA em 1973, mais precisamente no bairro do Bronx em Nova York. Criada por Kool Herc, um jamaicano que se mudou para os EUA ainda novo, essa cultura abriu diversas oportunidades para os jovens negros da periferia de Nova York. A população negra e pobre sofria principalmente com a violência, o racismo e a falta de perspectiva de vida. Então, viam no tráfico e brigas de gangues uma oportunidade de aparecerem para a sociedade de alguma forma e ter pelo que lutar. Mas Kool Herc abriu o caminho para mudar a forma de como aqueles negros da periferia de Nova York iam lutar contra todos os preconceitos que passavam e serem reconhecidos naquela sociedade.

   Em palestra pelo “TEDTalk’s”, o rapper Marcello Gugu fala um pouco de onde a cultura vem e o que ela trouxe para as periferias:

[…] é impossível falar de hip hop se a gente não falar de violência, é impossível falar de hip hop se não falar de racismo, é impossível falar de hip hop sem falar de pobreza, sem falar de repressão e também de falta de perspectiva no futuro.[…]Mas é impossível falar de hip hop sem falar de esperança, sem falar de empoderamento, sem falar de reestruturação social, cultural. É impossível falar de hip hop sem atitude e sem luta.

 

   Kool Herc, na sua adolescência, ganhou um disco de James Brown do seu pai, então na festa de aniversário de sua irmã fez uma revolução musical que desde o dia 11 de Agosto de 1973 espalhou o Hip Hop pelo mundo.

   Na mesma época de Herc, Lance Taylor conhecido como Afrika Bambaataa, fazia parte de uma gangue chamada “Black Spades” (traduzindo para o português, “Espadas Negras”), mas viu que todas aquelas brigas de gangues não levariam a nada para o seu povo. Viu que o povo matar o próprio povo levaria somente a separação dos mesmos. Foi então que criou uma ONG chamada “Zulu Nation”, que no começo a maioria dos seus participantes eram ex-membros de gangues.

  Taylor e Herc ficaram conhecidos como os “Pais do Hip Hop”. Bambaataa por usar gravações de diversos tipos de músicas para fazer variados sons ( chamados  de “beats” ) e Herc, além de também fazer isso, fazia o papel do MC com seu canto falado. Em 1986, os dois lançaram a música “Planet Rock”, que alcançou o sucesso na época e é um clássico do Hip Hop.

   Marcello Gugu é especialista na história do Hip Hop e faz palestras falando de como surgiu. Em entrevista concedida em junho de 2018, ele faz uma comparação sobre como a cultura está no mundo desde os primeiros seres humanos.

   […] quando a gente pega os elementos do Hip Hop […] a gente tem uma manifestação cultural, se a gente pegar os homens das cavernas, tinha DJ, grafiteiro, MC e Bboy[…] O MC, através da oralidade, conta uma história, uma denúncia, na festa ele agita a galera…O líder tribal fazia isso…Não tinha pickup, mas tinha o atabaque, o tambor, o DJ da época…A dança da chuva, dança da agricultura[…] são danças que podiam muito facilmente ser consideradas como o break da época…Os grafiteiros, as pinturas rupestres estão aí pra provar até hoje.

 

   Ele também cita uma frase atribuída ao DJ GrandMaster Flash para “resumir” o que o Hip Hop fez e faz até hoje: “O Hip Hop não inventou nada, o Hip Hop reinventou tudo”.


 

 

O Grafite

 

   Um dos quatro pilares do Hip Hop, o grafite é uma manifestação artística que se dá em espaços públicos e por isso é muito confundida com a pichação e sofre preconceito perante a sociedade. O grafite surgiu da pichação, mas não é considerado como uma. Surgiu junto com toda a cultura hip hop na década de 70 e foi aprimorando suas técnicas e desenhos.

   Para o movimento Hip Hop, o grafite é uma das formas de expressar toda a opressão que a sociedade menos favorecida sofre. Por ser em espaços públicos, o termo “espelho das ruas” se encaixa muito bem para melhor explicação.

   No Brasil, os mais famosos grafiteiros são a dupla de irmãos “Os Gêmeos”, composta por Otávio e Gustavo Pandolfo. Além de pintarem sua arte por todo o Brasil, principalmente na cidade de São Paulo, já ganharam muitos prêmios e fizeram exposições nacionais e internacionais. Para a Copa do Mundo de futebol de 2014, a seleção brasileira viajou para os jogos em um Boeing da Companhia Aérea Gol grafitado inteiro pela dupla. Os temas abordados pela dupla vão de família a críticas sociais e políticas. 


 

 

O DJ

 

   O DJ (a sigla em inglês para “Disc-Jockei”) é o “tocador de discos”. A pronúncia da sigla é em inglês. É o DJ que está relacionado com a musicalidade e instrumentalização do Hip Hop. 

   Conhecido popularmente como o animador de festas, na ancestralidade cultural jamaicana, quem dava o ritmo das festas das tribos era considerado um sacerdote que tinha a missão de fazer a ligação do seu povo com “Jah”(Deus) através dos estilos das batidas.

   Os DJ’s já existiam antes do Hip Hop. Na Jamaica dos anos 50 levavam seus toca-discos e ligavam nos “soundsystens” para tocar ritmos como R&B e Blues.

   Já nos EUA, os DJ’s eram quem colocavam as músicas nas rádios para tocar. Depois da festa da irmã de Kool Herc, o estilo jamaicano tomou conta do Bronx, com festas nas ruas (as “block parties”), o “toasting” e o “breakbeat”.

   O “toasting” é a fala do DJ durante as músicas. Por causa disso, pode ser considerado o primeiro Mestre de Cerimônias (MC). O “breakbeat” é a técnica de colocar outra faixa de música para tocar sem ficar algum tempo sem música tocando, sem ter a chamada “quebra de som”.

    Outro DJ que foi um dos principais nomes que elevaram o nível do Hip Hop foi Joseph Saddler, o DJ Grandmaster Flash. Nascido em Bridgetown, foi também o que mais divulgou a técnica dos “scratchs” (efeitos sonoros provocados pela manipulação do disco para frente e para trás nas “pickups”– toca-discos -) nas ruas de Nova York. O talentoso discípulo de Kool Herc alcançou notoriedade no cenário de Nova York da época com o grupo “The Furious Five” e fizeram o Hip Hop nos EUA ir da “mídia de rua” para a indústria da música. 


 

 

O Mestre de Cerimônias (MC)

   O elemento do Mestre de Cerimônias no Hip Hop faz o que o próprio nome já diz por si só. Antes do Hip Hop era o DJ quem fazia o papel do MC com a técnica do toasting. No começo, o MC só soltava frases curtas (improvisadas ou não) para animar as festas, mas a cultura viu a necessidade das pessoas terem uma voz mais ativa no som e, por meio de frases mais longas e rimas, o MC começou a expor sua arte e a informação que tem para passar, mandando mensagens conscientizando a comunidade.

   O MC faz o que podemos chamar também de canto falado, com sua raiz fundamentada há milênios na África pelos “griot’s” – que com seus cantos falados levaram por milênios as histórias de suas tribos para as outras gerações. Na definição de Sotigui Kouyaté, griot africano, no documentário “Sotigui Koyaté, Um griot no Brasil”, o griot “é a memória do continente africano”, “o guardião das tradições e costumes” e “encarregado da organização de todas as cerimônias” e, segundo ele, “ninguém se torna griot, nasce-se griot”. O canto falado no Hip Hop tornou-se o Rap (tradução da sigla do inglês para “Ritmo e Poesia”)

   Na década de 1980, no Bronx, também surgiram os MC’s de batalha, que faziam rimas com a intenção de desafiar outros MCs. Os dois pioneiros nesse tipo de rima são Busy Bee e Kool Moe Dee. O primeiro lançou rimas criticando quem só fazia rimas improvisadas para alegrar as festas; o segundo lançou um álbum em 1987 atacando um MC chamado LL Cool J.

   MC Marechal, em sua música “Griot”, faz uma homenagem aos ancestrais dos MC’s:

 

Mensageiro sim senhor

 Vagabundo se emociona 

 Porque sente o espírito dos ancestrais, Griot! 

 Eu vim pra provar que a cultura não acabou 

 

 Sou mensageiro sim senhor 

 Vagabundo se emociona 

 Porque sente o espírito dos ancestrais, Griot!

 


 

 

Dança de rua

 

   O Hip Hop, por ter nascido nas ruas, foi o que levou o conceito de “dança de rua” (a “street dance”). Os B-boys e B-girls são os nomes dados aos dançarinos. 

   Dentro do Hip Hop existem vários tipo de danças, são eles: o Breaking, o Locking, o Popping, o Hip Hop Dance e as Social Dances. Uma das principais características de alguns tipos  de danças de rua é a improvisação e a mistura de linguagens.

   O Breaking, o mais famoso e dançado por B-boys e B-girls, foi desenvolvido nas block parties de Afrika Bambaataa e Kool Herc no Bronx, aos sons de ritmos latinos, soul, funk e jazz. O termo para se referir aos dançarinos desse tipo de dança foi inventado por Herc, por eles dançarem na parte do break da música, em que os Dj’s repetem a última parte do som. Um fato histórico do Breaking é que os irmãos mais novos tentavam repetir os passos de dança dos mais velhos no soul e, por não conseguirem imitar, acabaram criando este estilo.

   Por nunca ter conseguido interpretar os passos do funk de James Brown, Don Campbellock criou o Locking. O dançarino de locking é chamado de locker.

   O Popping foi criado por Boogalo Sam. Seus movimentos são a sincornia de braços e pernas, estalando os movimentos. Boogalo também criou o estilo boogalo style na década de 1970 e o passo “backslide”, que foi popularizado por Michael Jackson com o nome de “moonwalk”. O dançarino do Popping é chamado de popper.

   O rapper Marcello Gugu, na sua música “Gill Scott Heron”, sintetiza o que é o Hip Hop:

 

Eu sou o Hip Hop, o piso xadrez
O Popping, o Locking e minha esperança são vocês
Sou os djs, as pick ups, as agulhas, os riscos
A primeira loja que Kool Herc comprou um par de discos

Sou mestre de cerimonia que eterniza o tempo e o espaço
Com uns freeze de Crazy Legs, Sugar Hill Gang
8 compassos

Sou T La Rock no mic, sou os Nike Air
Throw your hands up and wave like you just dont care

Sou Wild Style, Freestyle, Dj Hollywood, South Bronx
Sound System, Melle Mel, Furious Five, Tags, Bombs

Sou Busy Bee, Kool Moe Dee, Jay Dilla, Baskiah
Sou quem é, quem já veio, e quem ainda vai chegar

Sou Run Dmc, Chuck D., New York, Cali
Tupac, B. i. g, Krs, Nas, Jay z, mas

Posso te afirmar uma parada: eu sou todos eles
Eles todos sem eu não são nada

   

 

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RAP : RITMO E POESIA   

   

   O termo “Rap” é um acrônimo do inglês que quer dizer “Rhythm and Poetry” (Ritmo e Poesia).O Rap é a arte da cultura Hip Hop que o MC faz, sozinho ou junto do DJ. É um dos ritmos musicais dessa cultura. Normalmente, a letra da música é composta pelo próprio MC, com raras exceções o MC é somente o intérprete daquela música. A raiz dessa arte vem da Jamaica, lado a lado com a origem do DJ. Os DJ’s já faziam os primeiros “raps” nos soundsystens dos guetos da Jamaica, mas na época eram chamados de toast. Os “toasters” eram quem comentavam no intervalos das músicas sobre a violência nas favelas da capital Kingston, a política do país, sexo e drogas. 

   Um recurso técnico do rap são os “samples”, nada mais são que partes de outras músicas inseridas numa nova música (podem ser partes instrumentais ou vocais).

   As primeiras gravações de rap que se têm notícia são do início dos anos 1970, com o poeta Gill Scott Heron, no Bronx. Nessa época tratava-se de um texto declamado sob o ritmo de tambores africanos. Scott Heron é criador do rap mais famoso nas periferias americanas na época, “The Revolution Will Not be Televised” (A Revolução não será televisionada), do LP “Small Talk at 125th and Lenox”, quem denunciou, em canções agressivas, os meios de comunicação comandados por brancos, e o consumismo e a ignorância americana sobre os problemas sociais da época.

   Na época de Kool Herc e Bambaataa os temas da maioria das letras eram festas e diversão. Aos poucos e com a influência que os MC’s perceberam que tinham, adicionaram a crítica social e todas as suas vertentes como temas decorrentes em suas músicas. Anos depois o ritmo ficou conhecido mundialmente e se tornou um dos mais populares do mundo.

   Além de toda essa técnica que envolve poesia, ritmos, scratchs, metáforas entre outros, o Rap é arte, e arte envolve emoção. Então, o Rap tem uma interpretação diferente para cada integrante, seja qualquer um deles. 

   No documentário de 2015 “O Rap pelo Rap”, dirigido por Pedro Fávero, vários artistas do Hip Hop falam sobre o que o rap representa para eles. E      garantem que o rap e o movimento Hip Hop foi, é, e vão continuar sendo um agente de transformação social. 

   


 

 

Rap no Brasil

     No Brasil, o Rap ficou conhecido nas periferias nos anos 80, mais precisamente em São Paulo, na estação São Bento do metrô. Os primeiros que passaram a frequentar o local foram os dançarinos de breakdance liderados pelo difusor do Hip Hop no Brasil, Nelson Triunfo. Daqueles B-boys, alguns acabaram decidindo que queriam fazer rap e então houve uma separação de grupos para cada um continuar difundindo a cultura em lugares diferentes. Passou-se um tempo e o grupo de MC’s, apelidados de “tagarelas” pelos outros B-boys, se mudaram para a Praça Roosevelt.

   O grupo de rap americano Public Enemy se apresentou no Brasil também na década de 80, o que fez alavancar mais o rap no país.

   Mesmo com todo o sucesso na periferia brasileira, o ritmo era sempre seguido de preconceito pela indústria musical e as grandes mídias, por justamente ser fruto das classes menos favorecidas da sociedade e, com isso, o pensamento de “A Revolução não será televisionada” tomou conta dos integrantes da cultura no país. E no começo da década de 1990, com grupos como Racionais MC’s, Realidade Cruel, 509-E e Facção Central, as músicas deixaram a festa de lado para dar lugar à agressividade nas críticas sociais e contra os grandes veículos de comunicação.

   Ainda assim, na década seguinte, a grande mídia continuou não dando espaço para o rap. Em meados de 2010 a 2012 esse cenário começa a mudar. Os rappers Emicida e Projota (ambos vieram das batalhas de Freestyle) alcançam a grande mídia e massa com músicas que não atacavam diretamente os grandes meios de comunicação. Foi então que “Triunfo” e “Então Toma” (Emicida), e “A Rezadeira” e “Acabou” (Projota) alcançaram sucesso nacional e os artistas passaram ir a vários programas de TV e rádio.

   Mas os dois apareceram um pouco tarde para mudar a mentalidade de alguns integrantes do rap, que o pensamento de ser contra a grande mídia foi enraizando durante anos. Um exemplo é o rapper Eduardo Taddeo, ex-integrante do grupo Facção Central, em entrevista concedida ao canal do Youtube “Mundo Balck” em 2015. Perguntado se aceitaria algum convite para ir em um programa de TV, respondeu: 

   Sinceramente, eu não me vejo na televisão da maneira que é. Eu acho que para você entrar na TV, primeiro você tem que fazer um trabalho de base. Que é conscientizando a periferia para boicotar a programação que está aí. Porque hoje, quando você vai na televisão, mesmo sem intenção, está fechando com uma televisão genocida, racista e preconceituosa. Uma televisão que só expõe a imagem do cara da periferia de uma maneira negativa.[…] Eu acho que para falar com a periferia você não precisa estar na televisão[…]

 

   E até hoje isso é muito discutido no meio do Hip Hop. Marcello Gugu, que é da mesma época de Emicida e Projota, deu sua opinião sobre o assunto levantando dois tópicos:

   Eu acho isso necessário, porque[…] Primeiro, durante muito tempo se negou a ir e não queria participar…E isso abriu uma distância muito grande entre o interesse da mídia em realmente ter alguém do rap lá dentro e do próprio movimento. Quando a galera de classe B, classe A, começou a perceber o rap, a curtir e a frequentar os shows, a mídia voltou o interesse e aí existia esse abismo[…] ela (a mídia) não quer saber quem é o representante, ela quer alguém que represente ali, na hora[…] e se a gente não for, alguém vai.

 

    Gugu tem a opinião de que se alguém precisa representar o rap, tem que ser alguém do próprio movimento, porque se não for, a grande mídia pode colocar alguém que não entende nada sobre o assunto só para lucrar, e não liga se a pessoa vai falar a verdade ou não, contanto que fale do que gera lucro. O que nos volta os olhares sobre como a Teoria jornalística do Gatekeeper foi o inimigo número um do Hip Hop brasileiro durante anos.

   Além disso, a informação, quando a gente tem alguém […] que a gente admira, a gente dá ouvido a essa pessoa […] um adolescente muitas vezes ouve a gente mais que os pais.Às vezes o nosso discurso é mesma coisa que o pai do cara ou da menina dentro de casa, só muda a palavra, coloca um “mano” na frente. […]

   Quando você (o adolescente) tem uma pessoa na televisão […] “Meu ídolo falou, vou ver essa parada”.Então, acho que hoje com a internet o acesso é maior, o que demora às vezes é a decodificação dessa informação para uma molecada que tem preguiça de buscar referência.

                               

(Gugu ,em entrevista,2018)

   

   Nesse segundo ponto Gugu falou da importância que tem a disseminação da verdadeira cultura. Porque o jovem que assiste televisão e vê alguém que não deu tanta importância para o Hip Hop como o seu ídolo, vai disseminar a cultura da maneira que não é correta e falar coisas que não são verdades de maneira “ingênua”.

    É necessário a presença de pessoas nossas nesses espaços porque também querendo ou não é nosso espaço, a gente faz arte[…] queremos que chegue nas pessoas, que toque as pessoas[…] se a gente não quisesse isso, a gente rimava no quarto na frente do espelho.

                         (Gugu, 2018)  

 

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