A cidade mineira de Bertópolis, no Vale do Mucuri, é a primeira cidade do Brasil a incluir uma língua indígena no currículo escolar. No município existe a tribo Maxakali, localizada na zona rural, no Córrego do Padrinho no Distrito de Umburaninha.
A iniciativa pioneira partiu da Secretaria de Cultura, que através do Secretário de Cultura Gustavo Carrieiros, começou a desenvolver um trabalho com Educação Patrimonial na escolas. Daí, formou-se uma grande parceria entre as Secretarias de Cultura e Educação, com a aprovação e anuência do Prefeito Municipal Anjinho Depolo, que acreditou no projeto a ser desenvolvido, abraçando a causa como um desafio a ser superado.
Bertópolis inova e trás pioneirismo no Brasil com a inclusão da língua indígena Maxakali no currículo escolar.
Vários questionamentos foram postos à baila e o primeiro passo seria dado, a inclusão da língua indígena Maxakali no currículo escolar. Se os índios Maxakali aprendiam o português para se comunicarem com os não índios, porque esses não poderiam aprender a língua Maxakali?
Esse método de aprendizagem seria uma plataforma de estreitamento entre as duas culturas, índios e não índios, que ao longo da história do Município, construiu um relação de convivência abissal, pautada em muitas divergências culturais, conflitos sociais e desigualdades humanas, mas que com o passar dos tempos, o relacionamento entre os povos foi se sedimentando até se transformar numa convivência harmônica e pacífica.
Conta os antigos da cidade, que quando uma criança não indígena fazia travessuras, traquinagens em casa, os pais para fazerem medo nela, diziam que se não parasse com as matrifusias, iriam entrega-la para os índios Maxakali leva-la para o mato e consumi-la.
Era a forma encontrada para conter a travessura da criança malina, demonstrando com isso desprezo e profunda discriminação com os povos indígenas, considerando os aborígenes como gente estranha e feroz. Essa abordagem causava medo e pavor na criança que ao vê um índio andando pelas ruas da cidade, se escondiam até debaixo da cama.
O tempo passou e a convivência mais real e proximidade entre os povos índios e não índios revelou como os povos não índios estavam enganados a respeito dos índios, observando que esses eram seres humanos frágeis, dóceis, desprotegidos, discriminados e chacoteados.
Muitas injustiças cometidas contra os povos indígenas Maxakali no passado, estão sendo corrigidas agora no presente, para que num futuro próximo todas as celeumas sejam expurgadas, prevalecendo a relação harmoniosa, na construção de uma sociedade mais justa, igualitária e feliz.
Segundo informações, foram realizadas várias pesquisas e estudos por diversos antropólogos renomados do Brasil inteiro e nenhum registro ou relato foram encontrados sobre a inclusão da língua indígena no currículo escolar, portanto, Bertópolis é pioneira, sendo a primeira cidade do Brasil a incluir a língua indígena Maxakali no currículo das escolas municipal. Com essa iniciativa, o Secretário de Cultura Gustavo Carrieiros e o Prefeito Anjinho Depolo, esperam que a atitude sirva de inspiração para outros municípios do Brasil que tem em seus territórios povos indígenas.
O Secretário de Cultura Gustavo Carrieiros pontifica que, “a nossa ação sirva de espelho para outras pessoas desenvolverem projetos idênticos ou similares”. O Prefeito Anjinho Depolo resume o brilhante trabalho como um grande passo para o desenvolvimento da língua nativa, afinal de contas, os índios são os primeiros habitantes do Brasil, merece respeito e terem a língua indígena preservada e ensinada para os povos não índios. Nesse diapasão, as culturas se misturam e se difundem.