Por Movimento Bertioga para todos.
Nós, como cidadãos bertioguenses, temos de manifestar nosso repúdio e cobrarmos responsabilidade do Executivo e do Legislativo de Bertioga sobre as obras de transposição do Rio Itapanhaú pretendidas pelo governo do estado e a Sabesp. Quem se colocar a favor dessa obra nefasta estará se colocando frontalmente contra o bem-estar e os interesses da cidade e seus moradores.
Há alguns anos a população bertioguense recebe da Sabesp serviços básicos, essenciais, que são o fornecimento de água e saneamento, de péssima qualidade. Parte relevante da cidade não é beneficiada com rede de esgotos, e em períodos de alta temporada e feriados falta água em diversos bairros, por vários dias seguidos. Ora, como viver sem o abastecimento de água?
Os investimentos locais da empresa estão muito aquém das necessidades da cidade. Todos os anos a empresa garante que não faltará água e que as obras para a ampliação da rede de esgoto serão feitas. Promessas vãs. A realidade, ano após ano, é a de falta de água – em alguns bairros chega a faltar por 5 dias seguidos -, e o esgoto corre em valas a céu aberto. O que nunca falta por parte da empresa são as justificativas falaciosas. Até quando seremos enganados e lesados?
A Sabesp diz que não investe na infraestrutura da cidade porque não tem um contrato de concessão firmado com a prefeitura. Ora, e qual a desculpa sobre a falta de investimentos e planejamento para a cidade de São Paulo, que tem contrato com a empresa e ainda assim convive com a falta d’água?
Agora, com a anuência do governo do estado, a Sabesp pretende transpor a água de um dos mais importantes rios do litoral paulista para o sistema do Alto Tietê. O licenciamento foi feito de maneira escusa, assim como é muito suspeita a autorização emitida pela CETESB, órgão comandado pela gestão Alckmin, o maior “entusiasta” na obra de transposição. A falta de planejamento e investimentos da Sabesp, assim como os interesses duvidosos, leva a soluções de curto prazo como esta, que podem ser irreversivelmente catastróficas.
O Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente (Gaema) da Baixada Santista – promotores do Ministério Público responsáveis por processos ligados ao meio ambiente – coloca-se contra a transposição do rio sem o devido Estudo de Impacto Ambiental e questiona até a necessidade da obra. A reversão das águas do Itapanhaú pode causar um desequilíbrio ambiental relevante, acentuando os índices de salinidade da água nas áreas de manguezal e descompensando gravemente os ecossistemas locais.
Além disso, é profundamente contraditório que se apropriem de um recurso tão importante da região, enquanto sistematicamente falta água nas casas bertioguenses. Nas audiências públicas sobre o tema, a população se manifestou contrária à reversão das águas do rio, mas não foi ouvida.
É mais um caso onde os lucros serão privatizados em benefício dos investidores da Sabesp e os prejuízos serão socializados pela população local, isto é, todos nós. Devemos exigir do prefeito de Bertioga e dos vereadores que se posicionem claramente sobre o assunto. É um momento que exige coragem e dignidade dos políticos da cidade. Não podemos aceitar que extirpem um recurso tão importante da cidade, como é a nossa água, sem estudos adequados e sem garantias mínimas sobre nossa segurança socioambiental.
Repito! Nós, como Bertioguenses, temos de lutar contra os interesses escusos do governo do estado e da Sabesp e garantirmos a preservação de nossos recursos. Temos de cobrar do prefeito e vereadores que cumpram com seus papéis de representantes da população de Bertioga. Ou lutam pelos nossos interesses e direitos ou estarão contra nós!
NÃO À TRANSPOSIÇÃO DAS ÁGUAS DO ITAPANHAÚ!