Na foto, subsede do sindicato dos trabalhadores na construção civil, na manhã desta sexta-feira (17..01.20)
Por Paulo Passos
Desempregados da região se reuniram, na manhã desta sexta-feira (17), na subsede do sindicato dos trabalhadores na construção civil, montagem e manutenção industrial (Sintracomos), em Cubatão.
Eles debateram e organizaram o cronograma de lutas para este ano, priorizando cobranças do poder público municipal, estadual e federal para amenizar o problema, que atinge cerca de 3 mil trabalhadores na cidade.
Os desempregados querem que a prefeitura e o governo estadual conversem com as administrações das empresas do polo industrial para aproveitá-los preferencialmente na abertura de eventuais vagas.
Segundo o diretor financeiro do Sintracomos, Geraldino Cruz Nascimento, a organização dos desempregados tem apoio também dos sindicatos dos metalúrgicos e petroleiros.
“Essa é uma luta de todos”, diz o sindicalista. “Na crise causada pelo governo Bolsonaro ultraliberal, os empregados de hoje poderão estar desempregados amanhã”.
Da mesma forma que os sindicatos apoiam os desempregados, estes também apoiam os trabalhadores em atividade. Prova disso é a cobrança pelo respeito das empresas à tabela salarial feita pelos sindicatos.
Geraldino explica que a tabela prevê uma grade salarial idêntica para as mesmas funções em todas as empresas, a fim de evitar desigualdades entre umas e outras.
Governo
submisso
“O país está submisso ao capital financeiro e aos norte-americanos, fatores de profunda recessão econômica e desindustrialização, geradora de desemprego, miséria, fome e violência”, diz Geraldino.
Há cerca seis anos, cerca de 1.500 desempregados, às vezes até 3 mil, se reúnem semanalmente no Centro de Cubatão, um dos mais importantes polos industriais do Brasil.
Além de lamentar a atual política econômica recessiva do governo, eles têm como objetivo impedir que as poucas vagas nas empreiteiras não sejam preenchidas por trabalhadores de outras regiões e estados.
O movimento surgiu voluntariamente, quando ficou claro que a preferência das empresas terceirizadas por mão de obra de outras regiões devia-se a um fato bastante injusto: impedir ações trabalhistas.
O presidente do Sintracomos, ‘Macaé’ Marcos Braz de Oliveira, esclarece que a estratégia se baseia no fato de que, legalmente, o assalariado só pode impetrar ação judicial na cidade onde presta o serviço.
“Como o operário, de volta à cidade de origem, encontra dificuldades para retornar a Cubatão, a fim de procurar a justiça do trabalho, estava descoberta a mina de ouro para os maus patrões”.
“As empresas desrespeitavam direitos trabalhistas, mesmo com severa vigilância dos sindicatos, sabendo que depois de terminada a obra ou manutenção ficariam livres das ações”, diz Macaé.
O movimento, segundo ele, não tem vínculo com partidos políticos. “A finalidade é acompanhar de perto as vagas abertas nas empreiteiras, para que sejam preenchidas com mão de obra local”.
Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial (Sintracomos Força Sindical).
Rua Júlio Conceição, 102, Santos, fones 13-3878-5050, 13-9-9161-8030.
Presidente: Macaé Marcos Braz de Oliveira. Secretário-geral e diretor de imprensa: Almir Marinho Costa.
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