A crise econômica, política e social que atravessa nosso país, levou a que 33 milhões de brasileiros e brasileiras passem fome. As políticas neoliberais de privatização, sucessivos cortes na saúde, moradia e educação, combinada com total liberação da destruição das florestas, nos levou a essa combinação brutal para o nosso povo, desemprego, fome, inflação e aumento da violência, em especial a juventude negra. O Brasil segue sendo o país que mais mata a população LGBTQIA+ e o feminicídio só cresce.
A unidade em torno da candidatura Lula, expressa uma necessária unidade para derrotar Bolsonaro nas urnas em outubro. Para garantir a eleição e posse de Lula é preciso retomar às ruas, fazer amplas mobilizações populares para enfrentar as tentativas golpistas de Bolsonaro. Se podemos derrotar Bolsonaro nas urnas, o bolsonarismo se derrota nas ruas.
O PSOL, apesar de não concordar com a indicação de Alckmin a vice de Lula, de forma correta decidiu por apoiá-lo, pois é nossa única chance de derrotar Bolsonaro. Também decidimos fazer a campanha com nosso programa e lutar para que Lula o incorpore. Os eixos centrais são a Revogação dos ataques aos trabalhadores pós golpe (revogação da reforma trabalhista, previdenciária, do ensino médio, do teto dos gastos entre outros ataques), a luta contra a desigualdade social (com a taxação das grandes fortunas), a defesa do meio ambiente (com desmatamento zero, demarcação dos territórios indígenas e quilombolas) e a luta pelo aborto legal e seguro.
São Paulo
Em São Paulo, temos uma situação semelhante ao quadro nacional. Haddad do PT lidera as pesquisas, seguido dos candidatos Tarcísio (bolsonarista) e Rodrigo Garcia (PSDB). Márcio França do PSB, anunciou que vai retirar sua candidatura ao governo em apoio a Haddad e que irá ser candidato ao senado da coligação. O PSOL retirou a pré-candidatura de Boulos ao governo, quando este apontava cerca de 10% nas pesquisas de opinião, em nome de lutar pela unidade da esquerda no estado.
As movimentações da cúpula petista tem sido cada vez mais girar ao centro a coligação de Haddad, sob o pretexto de ser mais palatável ao eleitorado conservador do interior paulista. Não será possível superar os mais de 30 anos de tucanistão e suas políticas de privatização e sucessivos ataques aos direitos dos trabalhadores, sem romper com os que govaernam esse estado ao lado do PSDB há décadas. Negociações com Kassab e o PSD por si só não tem nenhum fundamento. Tanto que PSD já declarou apoio ao candidato bolsonarista. O próprio PSB de França em São Paulo é um partido bem tucano. O próprio França foi vice governador e governador de São Paulo e seguiu as mesmas políticas durante seu governo.
Assim como no cenário nacional, aqui em São Paulo é possível derrotar o tucanistão e o bolsonarismo, essa tarefa coloca a necessidade do PSOL estar desde o primeiro turno na campanha de Haddad. A retirada da pré-candidatura de Guilherme Boulos em nome da unidade, demonstra maturidade do PSOL e seu total alinhamento com as necessidades dos trabalhadores e do povo paulista. Porém o PSOL deveria ter a prerrogativa de indicar o candidato ou candidata ao senado da chapa de Haddad, para efetivar uma verdadeira unidade da esquerda paulista. O PSOL tem representatividade na sociedade para isso.
Apesar da negativa do PT, não devemos condicionar o apoio à Haddad a ter a indicação ao senado, mas não iremos fazer campanha para Márcio França, pois ele e o PSB não representam os interesses dos trabalhadores, como se vê pelas posições recentes de França sobre o uso de câmeras em uniformes de policiais militares. Também não iremos batalhar pela vice, pois não concordamos que o PSOL seja parte de um governo de conciliação de classe com setores que foram parte do tucanistão.
Diante desse cenário vamos lutar para o PSOL apoie Haddad desde o primeiro turno e tenha um candidato ou candidata ao senado para que possamos realizar uma campanha de mobilização e luta apresentando um programa de esquerda ao povo trabalhador paulista.
Edição-Zafalão e José Carlos Miranda
‘Fonte-esquerda on-line