Por Igor Reis.
O letrista jovem do século XXI não serve para esta época.
Ou melhor, ele serve sim. Serve pra este mundo mostrar para os seus moradores como és cruel.
O letrista jovem é como se fosse uma cobaia do Universo.
-Vocês querem saber como é o amor?
-Vocês querem saber como é o recíproco?
E logo o Universo mostra, na pele de um poeta, a outra face do amor e do recíproco.
Mas como um bom líder, nosso Planeta faz a crítica no canto da sala, Universo-Poeta.
E como um bom escritor de emoções, o poeta a descreve para os jovens comuns.
Sendo assim, o jovem comum nunca saberá como é a face do amor e do recíproco que o Universo não mostra, certo?
Pergunta equivocada, pois o Universo é o guia e não o ditador.
O ser normal pode pegar um outro caminho e simplesmente descobrir, do nada, a face mais brilhante e sonhadora desse sentimento.
Mas nós, humildes datilógrafos serviçais do mundo, não saberemos como é a outra face, só sonhamos com ela.
Colocamos em nosso trabalho como uma utopia, onde só iremos enxergá-la quando, em outra vida, nascermos sem este dom.
Ás vezes nos arriscamos ao dar uma de heróis e sair por aí querendo ter a vida de meros mortais, e então o Destino não só mostra uma face mais escura do amor, como nos põe de castigo na nossa própria ideia.
Igor Reis