Sabemos que, para nos protegermos de doenças sexualmente transmissíveis, devemos usar preservativo durante o ato sexual. Agora, em contexto de pandemia, talvez seja necessária uma proteção extra. Um novo estudo da Universidade de Harvard diz que a prática acarreta algum risco de transmissão do SARS-CoV-2 e recomenda – entre outras medidas – o uso de uma máscara.
A pesquisa, publicada no Annals of Internal Medicine, classificou situações com base na probabilidade de contrair o novo coronavírus durante o ato. Assim, os investigadores recomendam usar uma máscara para o cenário sexual mais arriscado: sexo com pessoas que não sejam aquelas com quem vive.
Para a mesma situação, o estudo diz que, além de manter a máscara, deve evitar o beijo, qualquer ato oral-anal e qualquer outra coisa que envolva sémen ou urina. Tome banho antes e depois e limpe o espaço com toalhetes com álcool ou sabão.
O estudo também menciona que fazer sexo com pessoas que estão juntas na mesma casa é mais seguro, mas ainda existe um risco. Segundo os mesmos, a abordagem mais segura da atividade sexual é mesmo a abstinência.
O estudo é publicado logo após um especialista afirmar que pacientes diagnosticados com coronavírus devem evitar relações sexuais por 30 dias. Veerawat Manosutthi, especialista sênior do Departamento de Controle de Doenças da Tailândia, disse: “aqueles que acreditam estar curados do vírus devem usar camisinha ao fazer sexo. O beijo também deve ser evitado, pois também se sabe que o vírus pode se espalhar pela boca“.
O conselho de Manosutthi é baseado em um estudo recente, que descobriu que alguns homens têm resquício do vírus em seu sêmen. No estudo, pesquisadores do Hospital Municipal Shangqiu coletaram amostras de sêmen de 38 pacientes masculinos com coronavírus na província chinesa de Henan. A equipe analisou as amostras em 26 de janeiro e novamente em 16 de fevereiro, e descobriu que 16% dos homens tinham traços do vírus em seu sêmen.
No estudo, publicado no JAMA, os pesquisadores escreveram: “A presença de vírus no sêmen pode ser mais comum do que se entende atualmente, e os vírus tradicionais não transmitidos sexualmente não devem ser considerados totalmente ausentes nas secreções genitais“.
Por Vogue Globo