Por Bruno Fracchia.
A peça era Roda Viva, de Chico Buarque.
Mas isso foi há 50 anos.
Hoje não temos fanáticos de ultra-direita, em nome do governo Bolsonaro, ameaçando, atacando e matando mulheres, negros, artistas, homossexuais (não precisa ser, basta parecer).
Hoje não temos mais peças proibidas pela polícia e por grupos dos bons costumes.
Hoje isso não é uma ameaça real.
É o que você que me lê, católico, evangélico, kardecista, artista ou simpatizante garante, ao firmar seu voto em Bolsonaro.
Também não era o ditador de ocasião que promovia a barbárie. Eram seus simpatizantes.
Também não eram os da Marcha pela Família e favoráveis ao governo que tinham responsabilidades. Afinal, estes eram pessoas de paz.
Queria fazer apenas postagens pró-democracia. Mas não consigo.
Esta mensagem é para você, que eu sei que me le, que conhece a História do Brasil e, convenientemente, prefere acreditar (sem fundamento concreto para isso) que ele é a melhor solução e que nada disso irá acontecer novamente.
Vai acontecer. Já está acontecendo. E vai ficar pior. Graças ao seu voto.
Eu vou lembrar de vocês. E se os encontrar em 2019,2020, olhar no fundo dos seus olhos e, com meu olhar, te lembrar que você tem as mãos manchadas de sangue.
E isso nada tem a ver com Deus, Jesus, Buda, Jeová, Kardec ou Maomé.
Porque a violência não é pregada por nenhum deles.
“Amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei”. Foi o que disse um certo cabeludo, torturado, pregado numa cruz, porque andava com pobres e ousou criticar aqueles que faziam comércio na casa de Deus (hoje é difetente. Vendem mochilas, cadernos e estojos, mas é em nome da educação).
Fingir que não sabem o que dizem e fazem não eximira ninguém de nada.