Elas crescem a cada eleição. Já conquistaram assentos em diversas Casas Legislativas. Reúnem, em sua maioria, coletivos periféricos e movimentos populares. Sugerem: para derrotar ultradireita, é preciso ousadia e ir além da esquerda institucional
Paula Aparecida (Mandata Ativista), Jussara Basso (Juntas) e Carina Vitral (Bancada Feminista), em entrevista a Gabriela Leite e Rôney Rodrigues
Desde 2018, proliferam as candidaturas coletivas. Atualmente, há pelo menos 20 mandatos coletivos em atuação nas casas legislativas do país. No total, todas as candidaturas coletivas que já disputaram uma eleição no Brasil conquistaram juntas mais de 1,2 milhão de votos, de acordo com levantamento da Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (Raps).
Nestas eleições municipais de 2020, apenas em São Paulo há pelo menos 34 chapas únicas com vários participantes, principalmente vindas de partidos de esquerda, coletivos da periferia e movimentos sociais. Elas expressam um forte descontentamento com o sistema representativo no Brasil, tomado por senhores homens brancos e ricos, e podem apontar novos caminhos para inovar a política e a democracia.
Mas também há a crítica: não seria uma maneira de enfraquecimento dos já frágeis partidos políticos? A ultradireita poderá capturar esta estratégia como nova forma de explorar discursos antissistemas e apolíticos?
Nesta edição do Tibungo, conversamos Paula Aparecida, uma parlamentar eleita por um mandato coletivo, a Mandata Ativista. E ao final do programa, você ouve a proposta de duas chapas coletivas: a Juntas e a Bancada Feminista. Todas elas são de São Paulo, cidade que escolhemos para abordar o tema, mas há candidaturas e mandatos como estes em todo o país.