No livro Choro e Frevo – Duas Viagens Épicas, na historia da ida do Vassourinhas ao Rio, em 1951, um dos personagens mais interessantes é José Bezerra de Melo, um dos passistas da comitiva. Naquele ano, seu Zé Bezerra, conhecido como o “Vovô do Frevo” estava com a longeva idade de 75 anos. Ressaltando-se que, em 1950, a expectativa de vida do homem brasileiro era de 48 anos, da mulher, 50.
Sua figura magra, meio quixotesca, de longas barbas brancas, chapéu, cajado a mão, era extremamente carismática tornou-se bastante popular entre os cariocas. Tanto que decidiu morar no Rio. Chegou a ser contratado pela TV Tupi. Porém em 1952, resolveu voltar para a capital pernambucana depois de quase morrer atropelado na Rua Sacadura Cabral, Zona Central do Rio.
O Vovô do Frevo foi lenda e celebridade na capital pernambucana e até 1966, aos 90 anos, continuava fazendo o passo nas ruas do Recife. Numa matéria do Jornal do Commercio (em 18 de fevereiro daquele ano), o veteraníssimo passista relembrava o Carnaval melhor de sua vida: “Foi no ano de 1922, vi Lenhadores e Vassourinhas se encontrando na rua. O pau comeu. Mesmo assim com aquela pancadaria toda, o que era normal quando os dois blocos se encontravam, o povo não dava moleza e pulava, dando uma animação enorme ao Carnaval de rua”.
Por José Teles