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o pavio já está curto

Por Igor Reis, Jornalista:

Se já não bastasse a guerra entre Rússia e Ucrânia e todas as consequências que vieram, inclusive no Brasil, parece que os Estados Unidos (EUA) deu um empurrão em sua relação com a China, que já não é das melhores faz um bom tempo.
Por a tensão mais atual começou esta semana, após a visita da presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi, a Taiwan.
Taiwan é uma ilha que fica a cerca de 160km da costa chinesa. A China vê a ilha como uma província separatista que um dia voltará a estar sob seu controle. Mais ou menos como a Rússia enxerga a Ucrânia na Europa. O presidente da China, Xi Jinping, diz que a “reunificação” com Taiwan “deve ser cumprida”, e não descartou o possível uso da força para conseguir isso.
No entanto, Taiwan se considera independente desde 1949, quando o então líder chinês Chiang Kai-Shek se refugiou em Taiwan após ser derrotado pelo exército de Mao Tsé-Tung. E, até os dias atuais, tem sua própria constituição e líderes democraticamente eleitos.
Atualmente, apenas 13 países e o Vaticano, reconhecem a soberania de Taiwan. A China exerce uma grande pressão diplomática sobre as nações para que não reconheçam Taiwan ou façam qualquer coisa que os façam ser reconhecidos. Segundo o ministro da Defesa de Taiwan, as relações com a China estão na pior fase em 40 anos.
O governo chinês viu a visita de Pelosi a Taiwan como uma afronta a sua soberania. Como por exemplo, se o presidente estadunidense visitasse São Paulo e trata-se o estado como um País separado do Brasil.
O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, atacou Nancy Pelosi na quarta-feira, dia 3, chamando sua visita de “farsa completa” e alertando que “aqueles que brincam com fogo perecerão”. Uma forte declaração.
Após Pelosi sair de Taiwan, a China anunciou exercícios militares em torno da ilha, o que Taiwan viu como um “bloqueio marítimo e aéreo”.
Para alguns especialistas, o governo chinês quer tomar o controle de Taiwan, pois acreditam que com isso ameaçarão as bases militares dos EUA nas ilhas do Havai e Guam. Como sempre, os EUA envolvidos em guerras.
O território de Taiwan não é estratégico somente por isso, e sim pela sua economia. Já que atualmente lidera a fabricação mundial de equipamentos eletrônicos do dia a dia, de telefones a laptops, relógios e consoles de jogos. Uma única empresa de Taiwan, a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company, domina mais da metade do mercado mundial.
A “estranha” participação dos EUA não fica somente nas bases militares. Com a iminência de um conflito a qualquer instante, os estadunidenses se tornaram os principais fornecedores de armas para Taiwan. Comércio que não fica às escuras, pois em maio o presidente Joe Biden afirmou que defenderia Taiwan militarmente.
Infelizmente Taiwan pode ser uma nova Ucrânia e mais um fator que desencadeará em outra guerra.

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