Por Ailton Martins
Foto: Bruna Azevedo |
“A Ordem dos Advogados do Brasil – Subseção Santos em conjunto com a Rede Caiçara Ecossocialista e o Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista realizarão debate intitulado: “A Usina Termelétrica de Peruíbe e seus impactos ambientais”, no dia 30 de outubro, a partir das 19:00 horas, à praça José Bonifácio, nº 55, cidade de Santos”.
Essa é a maior termoelétrica inserida em área urbana, com 161 MIL m², e com 4 chaminés de 120m por 7m de diâmetro soltando poluentes 24h/dia; entre dois bairros populosos. O projeto também prevê a construção de um Píer, a 10 km da costa, de 900 metros de comprimento, por 81m de largura, 17m de profundidade e 7m de altura. A usina produzirá energia que será enviada para outra cidade por meio de tubulações que percorrerão cinco cidades, cortando a mata atlântica: terras indígenas demarcadas, parques estaduais e áreas da marinha.
Polêmica
Ministério Público
O Ministério Público montou uma equipe de procuradores para investigar o processo de licenciamento da usina. De acordo com o procurador da República, Antônio Daloia um dos motivos pelo qual o MP decidiu investigar o projeto, é devido a rapidez nos processos participativos da sociedade civil, e acrescenta que um projeto dessa magnitude que terá grande impacto sobre o meio ambiente e sobre a relação de vida de comunidades tradicionais: indígenas e caiçaras, um debate mais qualificado é necessário, isto é, é preciso que mais informações e condições de participação popular sejam garantidos para que deste modo a população decida de forma consciente e adequada. Porém não e o que tem ocorrido.
Licenciamento
Nesta semana foi divulgada a notícia que mesmo sem o licenciamento o projeto já foi levado à leilão, (entenda sobre o leilão nesta matéria) denotando que, independente dos questionamentos realizados pela população organizada que tem participado das audiência públicas e discutido radicalmente o projeto, a empresa responsável pelo projeto, a Gastrading, simplesmente, como tem demostrado, não possui interesse em qualificar as informações e debater o projeto. A última audiência pública que deveria acontecer em Peruíbe, por duas vezes foi cancelada devido as precárias condições dos imóveis locados pela empresa. Portanto, esse leilão sem o devido licenciamento também sinaliza que, o governo do Estado tentará a todo custo implantar a usina, com ou sem consulta popular.
Uma frente parlamentar na Assembleia Legislativa de São Paulo foi criada e pretende pressionar todos os órgãos responsáveis pelo licenciamento, assim como o próprio Governo do Estado que tem comportado-se de forma antidemocrática, atropelando processos decisórios de participação popular.