Incineração ou recuperação de energia, muda o nome mas o problema permanece.
Por Mari Polachini.
Infelizmente, como prevíamos desde a desastrosa apresentação do Plano de gerenciamento de Resíduos Sólidos elaborado para a AGEM pelo IPT, em 2018, as INCINERADORAS DE LIXO, agora com o nome ressignificado para “RECUPERADORAS DE ENERGIA”, estão chegando.
Com um nome “ambientalmente” aceitável, pois nos remete aos preceitos da sustentabilidade, sua instalação está sendo negociada no litoral paulista, entre Santos e Guarujá, no Sítio das Neves.
Também está no ABC Paulista, onde a empresa Lara foi apresentar seu projeto para instalar uma UR (Unidade de Recuperação de Energia), alimentada pelo lixo depositado no aterro de Mauá.
E assim, segue a pretensa espécie mais inteligente do planeta queimando ou enterrando seus resíduos, em vez de investir na mudança dos seus paradigmas de produção, consumo e descarte.
Precisamos nos unir para impedir mais essa aberração tecnológica, que mascarada de solução, é um verdadeiro projeto de crime socioambiental.
Os metais pesados que libera, aliados às dioxinas e furanos, causam danos irreparáveis aos seres vivos que alcança. Seus gases tóxicos provocam efeito estufa e propiciam ambiente favorável às chuvas ácidas.
A poluição atmosférica causa 7 milhões de mortes por ano, sendo duas vezes mais letal que o tabaco, segundo a OMS. É chamada de “ASSASSINO INVISÍVEL”, pois em sua maioria, as pessoas não percebem ou veem o que estão respirando.
O número de mortes aumentou em 14% nos últimos 10 anos.
As enfermidades provocadas por ela vão de pneumonias, asma, DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica), doenças cardiovasculares a diversos tipos de câncer do pulmão, traqueia e brônquios, chegando a causar distúrbios neurológicos e no aparelho reprodutor. É capaz de causar danos aos tecidos cerebrais e provocar redução de desenvolvimento cognitivo em crianças, além de estar associada à demência.
A poluição atmosférica impacta negativamente a economia do país, quando adoece a sua população, exigindo investimentos maiores em saúde pública. Mas enriquece as empresas privadas que geram seu lucro enquanto jogam veneno no ar que respiramos, que cai na terra que produz nosso alimento e escoa para o rio de onde captamos a água que bebemos.
Ganham também os planos de saúde privado, as empresas farmacêuticas e toda uma rede que é sustentada pela população de seres enfermos que estamos nos tornando.
Às vezes, parece um ataque orquestrado no intuito de nos exaurir fisicamente, emocionalmente e espiritualmente.
Vivemos um momento da história da humanidade em que de novo devemos nos mobilizar para mudar os nossos paradigmas, reinventar nossos processos, nos voltar às origens.
Falta bem pouco para o Planeta atingir o ponto em que a destruição ambiental será irreversível, e ele rapidamente se encaminhará para o colapso.
Se não nos opusermos a mais essa tentativa de nos envenenar, para facilitar a vida deles, em vez de pensar no coletivo, que é o motivo de nossos governantes ocuparem os cargos que ocupam, estamos permitindo mais um retrocesso nas nossas políticas públicas de gestão de resíduos sólidos.
Precisamos nos unir contra mais esse ataque à nossa qualidade de vida.
O artigo 225 da Constituição Brasileira de 1988 nos assegura:
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e de preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
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