Janeiro é tempo de comemorar o aniversário de duas cidades da Baixada Santista que foram as células matter da nação: São Vicente (485) anos e Santos (471 anos). O que nos remete ao mito do descobrimento. Mito porque essa forma de contar a história está sendo revista por especialistas em todo o mundo. Não foram os portugueses que “descobriram” o Brasil. Eles apenas vieram tomar posse, como também fizeram com diversas colônias da Ásia e África. Os europeus da idade média desconsideravam os povos nativos como donos de suas terras. Aliás nem tinham alma, na conveniente interpretação de sua religião de braços dados com as armas do estado.
Os indígenas – nomenclatura imprecisa, pois não eram moradores das Índias, conforme Colombo acreditava – brasileiros eram povos de etnias diversas e habitavam o interior e o litoral. Estima-se o número de 5 milhões quando Cabral pôs os pés por aqui. O contato de culturas tão desiguais – principalmente do ponto de vista militar – resultou no genocídio dos povos locais, como aconteceu nas Américas do Norte Central e em todo continente sulamericano,
No caso do Brasil, até do ponto de vista Europeu, sabe-se hoje que Cabral não foi o “descobridor”. Três meses antes da famosa – do ponto de vista dos livros de história – parada na Bahia, onde rezou-se a primeira missa, o navegador Vicente Pinzón – da frota de Colombo – entrou e explorou o rio Amazonas. E antes de Pinzón, em dezembro de 1498, o espanhol Duarte Pacheco Pereira esteve no Maranhão com uma pomposa frota de oito navios.
O próprio Colombo dizia ter mapas de navegadores nórdicos, que já conheciam as Américas antes do descobrimento oficial. No Brasil, na região do Amazonas, existem tribos com loiros de olhos azuis e foram encontrados artefatos como espadas e elmos, que lembram os vikings. Aliás, teriam os vikings chegado até o Rio de Janeiro onde montaram uma colônia e deixaram uma inscrição como um enorme outdoor em plena Pedra da Gávea. Incrível como historiadores acadêmicos negam essa evidência.
Nas comemorações das fundações de Santos e São Vicente convém lembrar sobre o significado da data e do que fizemos com a verdadeira história deste país-continente. Uma herança para não repetirmos contos da carochinha. Se a história dos vikings faz rir historiadores. Temos que rir também dos livros que estudamos até pouco tempo e contava as aventuras de um navegador português, que queria ir para as Índias, se perdeu e “descobriu” o Brasil. Inaugurou-se a lorota política brasileira.