O cinema e a música sempre estiveram juntos. Nos primórdios do cinema mudo, as imagens dos filmes eram acompanhadas por um pianista, que executava músicas procurando refletir as ações mostradas na tela.
Com a chegada do cinema falado, a música ganhou outros papéis, como o de trilha sonora, além de ser criado o gênero cinematográfico, musical, baseado nas encenações da Broodway.
Desde o início das atividades cinematográficas de Hollywood, entre as preocupações de produção estava a de divulgar as ideias políticas, de comportamento e de arte, propriamente dita, correntes no período pós-guerra.
E foi assim com a música. Hollywood, no início dos anos 1950, interessou-se pelo rock, estilo musical que estava estourando no gosto popular, em particular no dos jovens, e começou a investir em filmes cujo roteiro tivesse de alguma maneira o rock.
O livro Luz; Câmera & Rock’n’Roll, do músico e escritor Luiz Domingues, recentemente lançado pela editora Clube de Autores, justamente trata dessa boa mistura que se deu ao unir tais formas de expressão artística: o cinema e o rock.
Luiz Domingues é músico com vasta experiência no rock paulista e brasileiro. Com mais de 44 anos de estrada roqueira, participou de diversas bandas, como Língua de Trapo, A Chave do Sol, Patrulha do Espaço; Pedra; e, atualmente, Kim Kehl & Os Kurandeiros. Ao total, teve 20 discos lançados no Brasil.
Como escritor, desde 2012 dedica sua escrita a seus blogs: Blog Luiz Domingues 1 http://luiz-domingues.blogspot.com/; Blog Luiz Domingues 2 http://blogdoluizdomingues2.blogspot.com/; Blog Luiz Domingues 3 http://luizdomingues3.blogspot.com/.
O cinema foi a sua primeira paixão cultural, ainda no início da década de 1960. Ficava fascinado vendo filmes em preto e branco na tevê de casa. No início da década de 1970, a música já estava a todo vapor em sua vida. E foi natural o interesse que passou a ter nas produções que uniam o cinema e a música, mais especificamente o rock.
O rock no cinema ou o cinema no rock?
Luz; câmara & rock’n’roll é uma coleção que reúne, em três volumes, resenhas críticas de filmes cuja temática é o rock. Para compor a obra, o autor aproveitou textos publicados anteriormente em seu blog, que foram revistos e ampliados, e também material inédito, escrito especialmente para este projeto.
Não houve, nos três volumes, a preocupação em dividi-los por temas ou por ano. Desse modo, o leitor ganha uma leitura mais lúdica e dinâmica.
No volume 1, o leitor encontrará, entre outras resenhas:
# Três óperas rock: Jesus Christ Superstar, Godspell e Tommy, um dos trabalhos mais icônicos da banda inglesa The Who;
# Rock Roll Circus, filmagem de 1968, que mostra apresentações de John Lennon, Keith Richard, Mick Jagger e Jethro Tull e outros;
# Phanton of Paradise, uma divertida e criativa adaptação do romance ‘Fausto’, de Goethe, com trilha sonora imperdível de Paul Williams;
# A Hard Day’s Night, dos Beatles, que apresenta alguns dos grandes sucessos da banda, como Can’t Buy me Love e I Love Her. O filme é um dos marcos da Beatlemania.
No volume 2, podemos citar:
#Shake Ratter and Roll, com direção de Edward L Cahn e músicas de Fats Domino e Big Joe Turner;
#That’ll be the Day apresenta a trajetória do grande roqueiro dos anos 1950, Buddy Holly, falecido precocemente em 1959;
#O interessantíssimo My Dinner with Jimi, que conta a história do encontro dos dois vocalistas da banda The Turtles (e também dos Mothers of Invention, de Frank Zappa), Mark Volman e Howard Kaylan, para um jantar com Jimi Hendrix em Londres;
#Runaways, filme baseado na história da banda de rock, formada em 1975, composta só de mulheres, que contava com Joan Jett e Cherrie Currie.
No volume 3, apresenta, entre outros:
#Mister Rock Roll (1957) é um filme que reúne personagens reais do mundo rock’n’roll, entre eles Alan Freed, radialista responsável pela divulgação inicial do rock’n’roll, e os músicos que são o ícone do gênero: Chuck Berry, Little Richard e La Vern Baker;
#Magical Mistery Tour, o terceiro filme protagonizado pelos Beatles;
#Across the Universe narra uma história romântica baseada nas canções e nas letras dos Beatles. Tornou-se um clássico!
#ShineaLight mostra um show dos Rolling Stones filmado por Martin Scorsese. Precisa dizer mais?
Por que ler Luz; Câmara & Rock Roll?
O leitor encontrará nos três volumes de Luz; Câmara & Rock Roll mais de 100 resenhas de filmes escritas com uma linguagem clara e objetiva. Logo nos primeiros contatos com o texto, nota-se o trabalho minucioso de pesquisa e de critérios do autor ao analisar cada enredo.
São importantes também as informações adicionais passadas com o objetivo de corrigir algum erro histórico ou outro equívoco de produção do filme.
Podemos exemplificar tais correções neste pequeno trecho:
Toda a questão a envolver a famigerada “Payola”, ou seja, a instituição do ágio para tocar-se músicas, cobrado dos artistas, gravadoras e/ou dos empresários, e que determinou a derrocada de Freed, é praticamente ignorada. A insinuação é mínima e apenas mostra-se que Freed fora demitido, quando na vida real foi tudo muito mais sério e envolveu processo & prisão. Bem, no filme, Freed apenas apanha a sua maleta, com a qual fora mostrado no início e deixa a emissora WINS, de Nova York. Uma tarja arremata com os dizeres: Alan Freed nunca mais fez locução em rádio e morreu cinco anos depois em Palm Springs, na Califórnia, aos 43 anos de idade”. Posteriormente, outra informação é anexada: “em 1986, ele foi o primeiro indicado para ser inserido no “The Rock’n’Roll Hall of Fame”, em Cleveland, Ohio. (Mr. Rock Roll -1957)
A leitura dos textos flui fácil e faz com que o leitor entre direto na história que está sendo contada.
Ao mesmo tempo que o leitor conhece a existência e o enredo de determinados filmes, o autor mostra também um pouco da história do rock.
Boa leitura!
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