Baixada Santista

Hyperloop: entenda o que é o projeto brasileiro que promete gerar US$ 17 bilhões

A iniciativa quer facilitar a logística de transporte de carga para o Porto de Santos, e promete receitas de até US$ 17 bi em apenas 169 km de extensão

Os trens de levitação magnética são uma tecnologia promissora para a próxima década de projetos de infraestrutura, e prometem reduzir o tempo de locomoção de um trem-bala normal aproximando-o mais ainda da velocidade de um avião — ou até a ultrapassando. Enquanto um avião comercial costuma atingir em média 900 km/h, os trens de levitação magnética querem chegar a impressionantes 1.000 km/h sobre trilhos de baixa resistência.

E essa tecnologia, que já está a pleno vapor na China, pode chegar ao Brasil em breve: é esse o plano da Hyperloop Transportation Tecnologies (HTT), empresa de pesquisa e desenvolvimento de sistemas hyperloop — conceito de transporte de alta velocidade que utiliza cápsulas de levitação magnética, com propulsão elétrica e baixa pressão, para reduzir o atrito com o trilho e atingir velocidades superiores.

A HTT teria planos de instalar uma ferrovia hyperloop de alta velocidade para o transporte de contêiners de carga no Brasil, a uma velocidade de até 600 km/h. É o que sugere um estudo de viabilidade inicial coordenado pelo Laboratório de Transportes e Logística (LabTrans) da Universidade Federal de Santa Catarina UFSC), em Florianópolis, em parceria com a empresa EGA Group, de logística portuária.

O estudo analisa a possibilidade de instalação do projeto HyperPort, que propõe a instalação de uma infraestrutura de trilhos de levitação magnética a carregar cápsulas individuais para o transporte de contêineires entre o Porto de Santos, a capital e outras cidades do estado de São Paulo, como Campinas e São José do Rio Preto, com até 549 km de extensão total.

A iniciativa quer facilitar a logística de transporte de cargas para o Porto de Santos, um dos mais movimentados do país — em 2024, o porto atingiu o marco histórico da sua movimentação de cargas, atingindo 179,8 milhões de toneladas transportadas entre os meses de janeiro e dezembro. 

Se viabilizado, o HyperPort poderia reduzir o tempo de viagem de um a outro ponto do estado de São Paulo para até 30 minutos totais, em velocidade de 595 km/h, e representaria uma redução de até 906 toneladas de CO2 emitidas por dia até 2060, com a eliminação de boa parte do transporte rodoviário — poderia-se “abrir mão” de até quatro mil caminhões de transporte de cargas diariamente, afirma o projeto, que está avaliado em US$ 9,6 bilhões, com custos de operação de até US$ 1,6 bilhão.

A receita esperada, por sua vez, é de US$ 17,1 bilhões apenas para o trajeto de 169 km que ligaria Santos a Campinas.

O projeto está, agora, em fases iniciais de análise da sua viabilidade técnica, informa a HTT, que trabalha em conjunto a instituições de tecnologia e ensino para desenvolver projetos de infraestrutura adaptados.

Por Anne Silva – Forum

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