Por Jasper Lopes.
Foto: Reprodução.
Gratidão e emoção por rever este lugar, 20 anos depois, onde passei quase 4 semanas de experiências e aprendizagens inesquecíveis (junho/julho de 1997), na época o segundo AguasCalientes “Oventic”, hoje segundo Caracol Oventic, das Juntas de Bom Governo dos indígenas descendentes dos maias e zapatistas. Ainda deu para reconhecer a cabana onde dormíamos, duas espanholas ex-comunistas que viraram neo-hippies, um casalzinho do Partido Socialista francês e duas anarquistas gregas. Alguns dias depois de chegarmos, numa das algumas situações de ‘alerta vermelho’ ou emergência, apenas as duas anarquistas gregas e uma californiana descendente de irlandeses e indígenas, que depois chegou, se atreveram a ir comigo num comboio de camponeses insurgentes zapatistas a um lugar remoto, San Juan Del Pinar, onde o conflito armado estava mais tenso. Infelizmente, poucos meses depois, perto deste lugar, ocorreu o tristemente célebre ‘Massacre de Acteal”, onde mercenários assassinaram inclusive indígenas grávidas dentro de uma igreja, das comunidade ‘As Abelhas’.
Por outro lado, cumpri outro dos meus sonhos – à custa de passar 4 dias sem pegar uma cama, só dormir em bancos de madeira de rodoviárias provincianas ou na estrada, para poder conhecer a pirâmide maia de Palenque, e descer solitariamente pela íngreme e estreita escada interna daquela pequena pirâmide e tocar a lápide da tumba do ‘Senhor de Palenque”, aquela onde está esculpida/desenhada o que parece ser um piloto de nave em trajes indígenas, que aparece na famosa capa do livro de Erich Von Daniken, “Eram os Deuses Astronautas?”
