Colunistas Márcia Simões Lopes

Palavra de Mulher

Por Marcia Simões Lopes.

É importante lembrar tudo o que acontece conosco é por escolha nossa! Somos responsáveis por nossos atos, pensamentos, por nossas palavras, emoções,por nossa felicidade e pela tristeza, também.
Nós não estamos nas arquibancadas da vida; somos a própria Vida acontecendo!
Aproveite este momento único no Planeta para libertar-se dos ranços, dos fios deixados presos ao medo.
Viver, realmente, é uma arte!

Por entre floradas …
Fui enxergando, aos poucos, tomando as providencias, lentamente. Hoje digo que gestei a causa, porque não tinha estrutura para ver tudo aquilo de uma só vez.
O meu coração realizou todo o processo em paz … embora os tempos estivessem para muitas dores.
Vi, todas as mulheres de uma maneira que, embora sempre tenha sido assim, eu nunca as tinha visto sob essa ótica: doando toda energia delas, iludidas de que estavam realizando o seu Feminino, simplesmente porque auxiliavam nas tramas dos rezos do outro.

 

Todas adormecidas do saber de que são elas as portadoras do Conhecimento! … e, por não recordarem quem são, sem que percebam, se mantem subjugadas ao poder masculino.

 

Aquele historia de que mulher é “bicho esquisito” de que mulher é uma “usina de energia” um “turbilhão de emoções” é real no imaginário do homem.

 

Historicamente fomos acusadas de histéricas, porque a sociedade machista não nos ouve. E portanto, não compreende o que dizemos. E por não entender a energia Feminina, nos tratam como “loucas” e “histéricas”.

 

Foi por aí a leitura do homem. Veja só que loucura ouvir isso! Homens conversando sobre COMO cuidar da mulher; dizendo, que tem que ter “jeitinho” com a FORMA como fala com a mulher! Veja que visão machista a respeito do nosso feminino. Em nenhum momento eles pensaram em ouvir, o que essa mulher dizia? Não, eles não pensaram que poderiam aprender com a fala dessa mulher! E falavam, da FORMA sobre como se comunicar com essa mulher, COMO agir, como se, relacionar-se com a mulher fosse questão comportamental.

 

As atitudes profundas, varrendo poeira e trazendo clareza, são vistas pelo homem como “doidera feminina” “tpm” “sintomas de menopausa” e por aí vai.

 

Foi e é muito importante, para mim, aprender olhar cada episódio da vida, sem julgamentos. Pois se eu vir os ensinamentos, como julgamentos, separando as partes, simplesmente, por causa daquilo que enxergo, não estarei aprendendo com aquilo que eu enxergo. E esse é o aprendizado: aprender com aquilo que enxergo! E não simplesmente enxergar e acreditar que aquilo que vi, aprendi!

 

Aprendizado! A escolha do que fazer resulta desse aprendizado.

 

Vejo esses homens machistas e também os vejo seres humanos cheio de coração. Saber relacionar-se com isso é um aprendizado para nós mulheres pois esse é o perfil da maioria dos homens. Cabe a nós, mulher, saber qual é o nosso espaço. Desprender-nos das dependências da ilusão de pai, da idéia do protetor que a presença masculina desperta em nosso íntimo. Quebrar padrões dentro de nós mesmas.

 

Trazemos informações em nossa genética celular e espiritual, das agressões de abusos e outras formas de violências sobre nossas ancestrais. Trazemos essa dores conosco, em nosso corpo de dor. Temos que aprender a nos reconhecer, sem medos do que vemos mas sim aprendendo através do reconhecimento da nossa própria força.

 

Eu vejo isso como um desafio pois não é a intenção, persistir na construção dessa sociedade, com separações. E para conviver é preciso aceitar as diferenças; pois são as particularidades de cada aprendizado que nos unem. As sombras dessas diferenças não podem mais nos separar. Falo, em consciência. E não, fisicamente!

 

Respeitar o tempo de cada qual se curar!

 

O Tempo da Cura é Eterno! – isso é Feminino! Essa é a energia de Gaia que, apesar dos maus-tratos vindos pelas mãos do ser humano continua nos acolhendo, dando o fruto, o colo, o frescor, a água, o alimento, o alento!

 

O Tempo da Cura é Eterno – isso é Paciência, sabedoria da fonte, do Sagrado Feminino Ancestral.

 

E assim eu tenho aprendido, não cultivando raivas e magoas pois tudo é do outro e a ele pertence.
Libertamos em nós, o que é do outro!

 

Eu acredito que quando descobrimos onde tudo nos machucou, não interessa mais o que o outro fez, entende? Porque o outro fez aquilo que ele escolheu fazer; que ele sabe fazer. Está dentro do caminho de aprendizado dele! Não importa o que ele fez e sim o que você quer que não seja feito em seu espaço sagrado!

 

Assim, sabendo o que queremos para nós, saberemos lidar com o outro, porque enxergaremos onde ele está pisando. E o conduziremos até onde permitimos.

 

Esse limite, está dentro de nós!
Pensa nisso!

 

Devolva para ele o que é dele; não fique com nada (magoa, tristeza, raiva, decepção) pois nada é seu. Assim, aceitando a pessoa como ela é, você estará se desprendendo do que carrega consigo, mas que porém é do outro.

 

Sem medo. Sem medo de enxergar!

 

Quando aprendemos a enxergar, reconhecemos o aprendizado daquilo que vemos. Sem medo de que aquilo que vemos irá doer. Porque vai doer!… e vai doer porque existe uma ferida aí dentro de você.
Por isso vai doer!
A dor é a manifestação física das feridas adormecidas!

 

E quando deixar essa ferida doer, através do seu olhar ela receberá a sua luz, a sua atenção, o seu cuidar: e curará!

 

Porque não teve medo, você enxergou. E pode aprender, com aquilo que viu.

 

Enxergar é uma medicina!
Aprender enxergar é curador!

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