De acordo com informação divulgada em alguns jornais e portais de notícias da Baixada Santista, existe a possibilidade do presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) vir a São Vicente para celebrar assinatura de contrato de envio de recursos da federação para a reforma da Ponte dos Barreiros. O prefeito Pedro Gouvêa (MDB) chegou a afirmar em entrevista para o Santa Portal que o presidente tem o interesse em estar no território para constatar o problema e saber sobre o planejamento.
A presença de Jair Bolsonaro dependerá de agenda presidencial, contudo, independente da presença do presidente, apoiadores já utilizam a informação como ferramenta de propaganda eleitoral antecipada. Obviamente que o governo não planeja vir a cidade somente preocupado com o problema da ponte, isto é, o governo federal não irá liberar recurso público ($$$) sem contrapartida eleitoral: consolidar seu eleitorado, eliminar João Dória do páreo e, quiçá, estabelecer um candidato para chamar de seu na cidade. Não é novidade o funcionamento do jogo político que resume-se em disputa pelo poder e uso da máquina pública como meio para garantir os fins.
Na sinuca de bico que encontrava-se a prefeitura vicentina, sem recurso, pressionada pelo movimento social Frente da Ponte pra Cá, acossada pelo governo do estado, escrachada pela politicagem da pior espécie que reina na cidade produzida por oportunistas que se vendem como solução de desgraça, o surgimento de recurso da federação foi a injeção de adrenalina para o executivo não esmaecer de vez e respirar, na realidade, recolocou Pedro Gouvêa novamente na disputa eleitoral de 2020. Contudo, a sombra que irá pairar sobre São Vicente, chama-se Jair Messias Bolsonaro.
Certamente que não falta quem não queira o apadrinhamento do presidente, mesmo não declarado, podemos arriscar que 90% dos pré-candidatos à prefeitura, devem sonhar com tal batismo. Interessante é que o fã clube vicentino mais fervoroso do presidente não tem nenhuma chance, mas, sim aqueles que de algum modo estão ligados a deputada federal Rosana Valle (PSB), ou seja, a Márcio França. Política é uma caixa de Pandora.
Mas, apadrinhamento não significa eleição vitoriosa, e sonhos podem se tornar pesadelos, vice-versa. O fato um tanto nebuloso é que muitas águas ainda irão rolar. E diante da demarcação de território feita pelo governo, as peças do tabuleiro tendem a se rearticular. Desse modo, na próxima sexta-feira, caso a visita do presidente aconteça, o que não irá faltar é oportunista na Ponte dos Barreiros e nas redes sociais, e o peso parasitário que essa politicagem representa para a cidade daria para derrubar mais de uma ponte.
Bolsonaro é somente a cereja de um bolo sem sabor que insiste em permear a política vicentina e brasileira, um tipo de política atrasada; oligárquica, de coronéis que usam do péssimo exemplo para se perpetuar no poder e expandir seus tentáculos. Pergunta: algum político da cidade ou da região que esteja presente (nesse espetáculo, caso aconteça) tem a coragem de ao menos dizer: presidente, vossa excelência sabe que por esta ponte passam cerca de 150 mil cidadãos brasileiros que tiveram suas aposentadorias achincalhadas? Duvido. Infelizmente, ainda vivemos sob o laço e o chicote, e como diz um ditado popular e reafirma minha mãe: manda quem pode, obedece quem tem juízo.
Fonte: Frequência Caiçara.