Cidade São Vicente

Frente Ampla por Direitos se manifesta contra a militarização das escolas em São Vicente

No dia 11/10 foi noticiado que a Prefeitura de São Vicente aceitou o convênio com o Ministério da Educação para a implementação de escolas civil-militares na rede municipal.

Estranhamos que a aceitação tenha sido feita sem qualquer debate em audiência pública com a sociedade ou nas escola municipais com os profissionais da educação e comunidade escolar.

O estado brasileiro ao final dos anos 80 e início dos anos 90, em consonância com os debates no mundo, construiu um plano pedagógico no qual a escola é um espaço de formação do cidadão, da pluralidade de ideias e do debate. E os passos iniciais das escolas militarização vão em sentido contrário a isso.

O governo federal propõe falsas saídas para a violência e o fraco desempenho da escola pública brasileira: a militarização. Assim, jogamos para debaixo do tapete o aumento da pobreza, as péssimas condições das escolas e os baixos salários dos profissionais da educação. Em São Vicente, por exemplo, os servidores públicos amargam defasagem salarial a muitos anos. As escolas não contam com laboratórios de informática, internet ou outros mecanismos que conectem o ambiente escolar com a sociedade atual.

É preciso, então, desmistificar o projeto. O mesmo prevê, exclusivamente, que militares da reserva possam atuar nas escolas na parte administrativa (como inspetores e/ou vigias), com o salário sendo pago pelo governo federal. Nada sobre plano pedagógico, sobre as condições estruturais das escolas, sobre a remuneração dos profissionais da educação.

Ainda pior é o governo usar em sua propaganda escolas militares na qual há seleção de alunos, dedicação exclusiva de profissionais da educação e excelentes profissionais (aspectos que custam e o atual governo tem cortado verba da educação) para propagar um projeto totalmente diferente.

O atual governo quer jovens disciplinados, amordaçados, meros cumpridores de ordens, querem uma geração educada para obedecer. Acusam os professores de doutrinadores quando o seu projeto é de doutrinação.

Não precisamos de militares nas escolas!
Precisamos, sim, de investimentos na formação de professores, escolas bem cuidadas, com recursos pedagógicos e tecnológicos de ponta, de salários dignos, boa alimentação , estímulo para a aprendizagem e participação de pais e comunidade na vida escolar.

Os reais problemas do Brasil são as desigualdades causadas por um sistema econômico que traz a fome, a miséria e a exploração!

A Escola Pública é Direito de Todos!
Não à militarização das Escolas!

Foto: Rede Brasil Atual

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