Ergon Cugler

A crise política e os desafios da Educação Pública

O futuro incerto da educação pública no Brasil que caminha lado a lado da crise Institucional

O Brasil tem passado por uma série de turbulências no cenário político. A distorção do significado da democracia somente deu brecha para que cada vez mais os três poderes ficassem desmoralizados com a população. Tem sido cada vez mais comum ouvir as pessoas dizendo que a política está perdida e que não há esperança para o Brasil e de fato existe explicação para tamanha descrença.

Mas aliás, qual o impacto que isto gera para a educação pública?

A transformação da política em algo “sujo” só faz com que as pessoas se afastem cada vez mais da discussão e da decisão, centralizando o poder nas mãos de poucos e que surgem com respostas milagreiras como os salvadores da nação. Nega-se a política e entram em cena os “gestores”.

O grande problema é que os gestores realmente só pensam no lucro e não do Estado ou do povo, mas daqueles que financiam suas campanhas. Enquanto o povo continua se distanciando da discussão política, o “milagroso gestor” se apropria de discursos e propostas distorcidas.

A Proposta de Emenda à Constituição 241/55 (Teto dos Gastos), por exemplo, foi um passo fundamental para reduzir os investimentos na Educação. A linguagem foi muito chamativa e clara, pois o governo prometeu diminuir o tal rombo que tanto anunciou e usou do argumento de que quanto menos dinheiro se tem investido, menor é a corrupção. No entanto, sabemos que o problema da corrupção deve ser tratado de forma profunda e efetiva, mas que diminuir os investimentos em educação e saúde está longe desse tratamento contra corrupção.

A PEC foi mais uma linguagem maquiada e que nem sequer congela, porque para congelar deveria considerar ao menos o crescimento da população, mas diminui cada vez mais a qualidade dos serviços. O que hoje é investido em educação, e todos demais setores públicos, deverá comportar ainda mais gente nos próximos 20 anos e com a mesma quantidade de investimento.

Ou seja, a negação da política tem nos deixado algumas coisas bem assustadoras para o futuro do país.

Gerar menos investimento em educação nada mais é do que um movimento de forçar cada vez mais com que as pessoas migrem para o serviço privado e isso porque a qualidade vai estar tão defasada que restará trabalhar ainda mais para sustentar mais gastos individuais.

Precisamos cada vez mais nos empenhar em defender o direito das pessoas se organizarem, seja nos setores de educação, cultura ou qualquer outro. Negar a discussão política só beneficia os políticos corruptos, porque aí eles não precisam se preocupar de fato com grupos organizados, mas com ameaças individuais e isoladas que fogem do debate de fato e apenas demonstra o discurso emocionado e desesperado de um povo insatisfeito com a política.

Também é nossa tarefa neste próximo período garantir que nenhum direito conquistado para a Educação Pública seja suprimido, até porque se achamos que hoje está defasado, com mais gente ao mesmo investimento, será ainda pior. Educação não deve ser privilégio e nem é benefício, educação é um direito de todos os cidadãos e cidadãs do Brasil que constroem todos os dias nossa soberania nacional.

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